sábado, 7 de julho de 2012

Abatido, Cachoeira estuda demitir Thomaz Bastos

Do Brasil247 - 7/7/2012
Abatido, Cachoeira estuda demitir Thomaz BastosFoto: JOSE CRUZ / Agencia Brasil

Acostumado a "pagar e levar", pela primeira vez o bicheiro Carlos Cachoeira experimenta sensação oposta: a de não receber a mercadoria; contratado por R$ 15 milhões, Thomaz Bastos perdeu todos habeas corpus que impetrou; Cachoeira, por sua vez, teve que vender um laboratório para pagá-lo

07 de Julho de 2012 às 16:27
247 – Preso há quase cinco meses, o bicheiro Carlos Augusto Ramos já tentou de tudo para se sair da prisão. Contratou o advogado mais caro do País, entrou com quatro pedidos de habeas corpus, mas, em todos, foi derrotado. Nas tentativas mais recentes, sua defesa apelou para argumentos que também foram rejeitados. Primeiro, a depressão. Depois, o risco de “autoextermínio”, ou seja, de que Cachoeira se suicidasse na prisão.
Neste sábado, a coluna do jornalista Claudio Humberto informa que a paciência de Cachoeira chegou ao fim. “Preso há cinco meses, abatido, pagando R$ 15 milhões ao advogado estrelado que não ganha um só habeas corpus a seu favor, Carlos Cachoeira está à beira de chutar o advogado. E o balde”, diz o texto da nota.
Acostumado a sempre “pagar e levar”, comprando políticos e recebendo em troca todo tipo de apoio, Cachoeira estaria, pela primeira vez, experimentando uma situação oposta: a de pagar e não receber a mercadoria esperada. Thomaz Bastos, apesar da reputação de exímio criminalista, perdeu em todas as tentativas. E Cachoeira, por sua vez, teve que se desfazer de um importante negócio para pagar os honorários.
De onde vem o dinheiro? Essa pergunta que, desde o início da Operação Monte Carlo intrigou muitos comentaristas, tem uma resposta. Para pagar os honorários milionários, o bicheiro teve que se desfazer de sua participação acionária no ICF, um instituto de certificação de remédios em Anápolis, que atesta se produtos genéricos cumprem os requisitos de bioequivalência. Um bom negócio agora perdido para os outros dois sócios no empreendimento: os laboratórios Teuto e União Química.
Mau negócio recíproco
Se a contratação de Thomaz Bastos foi um mau negócio para Cachoeira, pode-se dizer que a recíproca é também verdadeira. Ao prestar serviços para um notório contraventor depois de deixar o Ministério da Justiça, Thomaz Bastos colocou em risco sua reputação de homem preocupado com a ética e com a conduta republicana. E ao perder também todos os pedidos de habeas corpus, ele agora arrisca a fama de melhor criminalista do Brasil.
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