A assessoria técnica do PT na Assembléia Legislativa de São Paulo
analisou os dados publicados pelo “Portal da Transparência Estadual”,
que é gerenciado pelo governo tucano no estado. O resultado é muito
instigante.
Eles revelam que, entre 2002 e 2011, a construtora Delta – acusada de
ser empresa “laranja” da quadrilha de Carlinhos Cachoeira – assinou pelo
menos 27 contratos com estatais e órgãos públicos em São Paulo. Eles
totalizam quase R$ 1 bilhão em obras.
Na lista das empresas contratantes consta o Desenvolvimento Rodoviário
S.A. (Dersa), o Departamento de Estradas de Rodagem (DER), o
Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), a Companhia de
Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) e a Universidade
Estadual de Campinas (Unicamp). “Eles somam cerca de R$ 800 milhões em
valores nominais. Em valores corrigidos (considerando a inflação do
período) os contratos chegaram a R$ 943,2 milhões”.
Dersa e Paulo Preto
O maior contrato da Delta foi feito pela Dersa para executar a ampliação
da marginal do rio Tietê, num total de R$ 415.078.940,59 (valores
corrigidos). O pomposo lançamento da obra, em junho de 2009, contou com
as presenças do então governador José Serra (PSDB) e do prefeito
Gilberto Kassab, na época no DEM. A Dersa tinha como um dos seus
principais executivos o sinistro Paulo Preto, que depois ganhou fama por
ser o “operador” na coleta de recursos para o presidenciável do PSDB.
Os dados do próprio portal do governo estadual reforçam as suspeitas de
que muita grana pode ter sido desviada para a campanha do tucano. Diante
destes graves indícios, os deputados petistas João Paulo Rillo, Adriano
Diogo e Enio Tatto protocolaram representação junto ao Ministério
Público Estadual para apurar possíveis irregularidades e ilegalidade nos
contratos formalizados pela Dersa com empresas e consórcios para
ampliação da Marginal do Tietê.
Pistas para novas investigações
Na representação, os deputados citam reportagem veiculada pelo jornal O
Estado de S. Paulo que revela que o custo da Nova Marginal ficou em R$
1,75 bilhão, 75% acima do estimado no primeiro orçamento, em 2008. A CPI
do Cachoeira, que já resultou na cassação do ex-demo Demóstenes Torres e
colocou na guilhotina o governador Marconi Perillo (PSDB-GO), deveria
seguir as pistas dadas pelo próprio portal do governo de São Paulo. Será
que é isso que explica o medo da oposição demotucana e da sua mídia
venal, que insistem em decretar que a CPI “está morta”?
No Frases da Dilma
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