O Grupo Tortura Nunca Mais/RJ, que há 27 anos luta pela memória, verdade e justiça do período de terrorismo de Estado implantado durante a ditadura militar de 1964, em menos de 10 dias sofreu duas ameaças das forças retrógadas e saudosistas da ditadura civil-militar.
Sede do GTNM é saqueada
Em 11 de julho recebeu um telefonema anônimo em que uma voz masculina,
demonstrando tranquilidade, declarou: “estou ligando para dizer que nós
vamos voltar e que isso aí vai acabar”. Na noite da quarta-feira (dia
18) para a quinta feira (dia 19), sua sede no Rio de Janeiro foi
invadida, sendo furtados do caixa do Projeto Clínico Grupal a quantia de
R$1.567, 37, além de diversos documentos do grupo e notas fiscais de
serviço. Alguns arquivos também foram revirados e o computador estava
ligado.
“Não tememos estas ameaças, elas não nos intimidarão e não nos farão
recuar em nossa luta de quase trinta anos. Já passamos por outras
ameaças e outras invasões em nossa sede e em nosso site”, afirmou o
GTNM/RJ em uma nota divulgada no sábado (dia 21). “Continuaremos
exigindo e lutando por uma efetiva Comissão Nacional da Verdade e
Justiça transparente e pública, pela abertura dos Arquivos da ditadura e
pelo cumprimento da sentença da Corte Interamericana de Direitos
Humanos do caso Araguaia”.
O GTNM denuncia os abusos cometidos durante a ditadura militar no
Brasil. Dois dias após ter sua sede invadida e saqueada, a Polícia Civil
do Estado do Rio de Janeiro ainda não tem pistas de quem cometeu o
crime. O caso também tem sido acompanhado por agentes da Polícia
Federal. Segundo nota da instituição, distribuída neste sábado, “foram
furtados do caixa do Projeto Clínico Grupal a quantia de R$1.567, 37,
além de diversos documentos do grupo e notas fiscais de serviço. Alguns
arquivos também foram revirados e o computador estava ligado”.
Após tomar conhecimento dos fatos, a Secretaria de Direitos Humanos da
Presidência da República pediu à Polícia Federal que acompanhe as
investigações das ameaças feitas ao GTNM e a invasão de sua sede no Rio
de Janeiro. “Diante dos fatos ocorridos, consideramos inaceitável o
ataque a uma entidade que realiza um trabalho fundamental na defesa dos
Direitos Humanos”, diz o texto da nota publicada pela Secretaria também
no sábado (21).
“Mais grave se torna o fato diante da dedicação do grupo Tortura Nunca
Mais à democracia e à recuperação histórica dos fatos ocorridos no
Brasil durante a ditadura militar e no combate à tortura nos dias de
hoje. Diante do momento que o País vive, de recuperação da memória e da
verdade para afirmação da nossa democracia, consideramos fundamental que
os episódios sejam rapidamente investigados e solucionados”, acrescenta
a nota.
Com informações da Rede Democrática
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