quarta-feira, 15 de agosto de 2012

DILMA E A CONDENAÇÃO DE ZÉ DIRCEU


Por Julio Pegna*

Que a velha mídia no Brasil é dona de um poder imenso - o quarto - estamos carecas de saber;

Que os maiores veículos de comunicação foram forjados nas entranhas da alta burguesia paulista e carioca, financiados com dinheiro público - sobretudo, no período ditatorial - de origem duvidosa, formando verdadeiros impérios da "notícia" de interesse dos governos desde Cabral, também não é nenhuma novidade.

O que mudou, de Lula para cá, foi, exatamente, o próprio Lula ter sido eleito. A contragosto daquela gente mas pelo voto livre e democrático.

É também sabido que o poder ainda continua nas mãos daquela meia dúzia de oligarcas donos de TVs e jornais; nas mãos de não mais de uma centena de jornalistas comprometidos até o pescoço com seus patrões. Nem sei se se pode denominar quem escreve para a veja*, globo*, estadão* ou folha*, de jornalista. Enfim.


O que há de diferente, hoje, é a relação governo-imprensa.
O Presidente Lula inaugurou uma fase até então inédita na vida institucional do Brasil: mais ou menos como se o governo assumisse sua condição de governar independente das manchetes do Jornal Nacional.
O preço foi caro. O próprio Lula previu as consequências e assumiu o papel de interlocutor com a população: inúmeras aparições do Presidente da República em contato com o povão, trocando abraços e beijos e afagos, foram registradas pela velha mídia sem saber o que se passava.

A astúcia política do líder operário, "acusado" de analfabeto, cachaceiro, amante do futebol, etc etc etc, ficou demonstrada no drible espetacular que ele passou na imprensa: ao ser registrado como um homem comum, aproximou-se do eleitor.
Tentaram, de várias formas, acusá-lo de ser povão; a cada ataque, sua popularidade crescia. E é neste ponto que se tornou vencedor. Parece que o monopólio midiático do Brasil nunca entendeu bem essa história. Do controle absoluto sobre os rumos do país, passaram a ser coadjuvantes!

A marca mais importante da vitória de Lula sobre a velha mídia, na minha opinião, é a vitória de Dilma Rousseff. O poste, como a chamavam durante a campanha. Nela, a população optou pela continuidade à despeito de todas as manchetes e acusações que pipocaram durante os oito anos de mandato de Lula. Contra ele, contra o Partido dos Trabalhadores e contra seus membros, sobretudo, contra José Dirceu.  
Hoje, em pleno julgamento, pelo STF, da ação denominada "mensalão", José Dirceu já está condenado. Independente da sentença dos Ministros da Corte. Sua imagem está manchada para sempre por obra das famílias mafiosas da imprensa do Brasil. Ele sabe, todos sabemos.
Entretanto, é difícil aceitar o desmonte da imagem de um homem. Por mais crimes que alguém cometa, por maior que seja a culpa, a pena de José Dirceu é absurdamente alta. Pior, sentenciada por editores de cadernos de política de alguns jornais e TVs.
Dilma, por sua vez, demonstra indiferença quanto ao julgamento e seus desdobramentos. Até aqui, não se viu qualquer ação politica para influir no veredicto. Está empenhada em trabalhar para continuar a fazer o pais seguir sua rota de crescimento com distribuição de renda. Exatamente para a missão que lhe foi incumbida na eleição presidencial.
De estilo diferente de Lula, age da mesma forma que ele agiu: ignora as manchetes; aposta no resultado positivo de seu governo, e no sucesso econômico do país.
José Dirceu está condenado, a velha mídia não vai desistir de atacar o governo e o PT; blogues e twites como este, por mais que tratem de desmascarar certos veículos nunca terão a repercussão que a imprensa corporativa tem. Dilma sabe, todos sabemos.
A aposta - que deu certo com Lula - é em seguir em frente, incluir mais e mais cidadãos; investir na geração de emprego e renda até elevar o país ao status de desenvolvido. Ignorar os movimentos que a oposição faz para desestabilizar o governo.
A verdade deixou de ser privilégio da elite econômica com seus editoriais que eles acreditavam formar opinião. Nunca formou. Nem formará. A experiência de ser cidadão é infinitamente mais poderosa que imaginam e nada tem a ver com o julgamento dos 38 réus acusados de corrupção.
Instituto de pesquisa divulgou que mais de 80% da população não sabe o que é o "mensalão". Por isso, a posição acertada de Dilma Rousseff.
A velha mídia perdeu o bonde da história ao não compreender que Dilma e Lula são povão!

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Para ilustrar este post, não posso deixar de comentar o que li sobre a festa de encerramento das Olimpiadas, ontem.

As criticas de certos jornais foi que as Olimpiadas do Rio 2016 serão um fracasso! Até a aparição dos artistas brasileiros na festa de ontem foi motivo de critica.

Londres teve John Lennon e nós, teremos passistas mulatas de escolas de samba ... incrível querer negar nossa cultura, nossa beleza, nosso samba ... queriam que quem subisse no palco da festa olimpica, loiras de olhos azuis ???

Não é complexo de vira-lata, como dizia Nelson Rodrigues, mas maldade pura e sem sentido,

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* Este blogueiro recusa-se a grafar os nomes dos jornais folha, globo e estadão, e da revista veja, com as inicias maiúsculas.
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*Julio Pegna é Editor do blog 'Sandálias do Pirata'  http://sandaliasdopirata.blogspot.com.br/

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-Nota do Editor deste blog -  Para registro: em que pese a 'grande mídia' já tê-lo 'condenado', temos convicção de que, se os ministros do STF basearem-se exclusivamente nos autos do processo  e respeitarem, como esperamos, a Constituição Federal e os fundamentos do Estado Democrático de Direito,  realizando um julgamento técnico, justo  e imparcial (ao contrario  do que quer a velha mídia, a oposição raivosa e os golpistas de plantão) -  o ex-ministro José Dirceu e a maioria dos 'réus' (acusados sem provas) serão absolvidos ao final do julgamento da  Ação Penal 470. 

Se isso não ocorrer, contudo,  como já disse advogado José Luís Oliveira Lima "será  o mais atrevido e escandaloso ataque à Constituição Federal" já realizado neste país. 

Esperamos, apesar de tudo,  que 'a faca no pescoço' dos ministros  do STF não atinja os resultados que querem os golpistas midiáticos; que o STF não se apequene nem sucumba ante a pressão dos 'barões da mídia' e que,  ao fim e ao cabo, a Justiça,  em sua plenitude,  seja realizada.    (por Júlio Garcia)

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