terça-feira, 21 de agosto de 2012

E quem vai reparar publicamente a imagem de Gushiken?

Luiz Gushiken foi ministro da Secom, no primeiro mandato de Lula, de lá foi escorraçado pela mídia, hoje justiça  reconhece sua inocência no caso do mensalão.  Miro Teixeira, também ministro à época, agora é solidário a  imprensa que quase destruiu a vida de Gushiken
Gushiken, o primeiro e único absolvido na AP 470

O EX-MINISTRO DA SECOM LUIZ GUSHIKEN CUMPRE UMA FUNÇÃO NO JULGAMENTO DA AÇÃO PENAL 470: DEMONSTRAR QUE, NO DICIONÁRIO DE JOAQUIM BARBOSA, TAMBÉM EXISTE O VERBO ABSOLVER E QUE ELE NÃO É INTOLERANTE EM RELAÇÃO AOS RÉUS; MAS PREPAREM-SE: NO QUE DEPENDER DELE, SÓ VIRÃO CONDENAÇÕES

Não é exatamente o que os advogados do ex-ministro Luiz Gushiken defendem, mas o ministro Joaquim Barbosa, relator da Ação Penal 470, o chamado 'mensalão', votou pela absolvição do homem da comunicação social do governo Lula por falta de provas. Para o advogado José Roberto Leal de Carvalho, a absolvição teria de vir por meio das provas apresentadas no processo, o que demonstraria que Gushiken nem sequer deveria ter sido incluído na Ação Penal 470.

De qualquer forma, a absolvição de Gushiken cumpre uma função no julgamento do chamado 'mensalão': demonstrar que, no dicionário de Barbosa, também existe o verbo absolver e que o relator da AP 470 não é intolerante em relação aos réus, o que reforçaria o argumento de que sua 'mão pesada' se justifica. Mas preparem-se: no que depender dele, só virão condenações, como já ficou bem evidente no início de seu voto, que pede condenações para João Paulo Cunha, Henrique Pizzolato, Marcos Valério, Cristiano Paz e Ramon Hollerbach.

Barbosa seguiu, como vinha fazendo até agora, a acusação do procurador-geral da República, Roberto Gurgel. "A conclusão do item três: condeno o reú Henrique Pizzolato por crime de peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Condeno ainda os réus Marcos Valério, Cristiano Paz e Ramon Hollerbach, pela prática e co-autoria dos crimes de peculato e corrupção ativa. Absolvo o réu Luiz Gushiken", disse Joaquim Barbosa.

No final da leitura da primeira parte de seu voto, Barbosa dedicou atenção a Gushiken. "Nenhuma prova de fato corroborou ou auxiliou a provar que Luiz Gushiken tenha se reunido com Pizzolato ou com qualquer outro réu. Assim, concluo que não há prova de que Gushiken tenha participado da denúncia, razão pela qual eu o absolvo".

Provas
"Dizem que ele (Gurgel) foi magnânimo, mas foi mesquinho", disse o advogado à época da leitura da acusação por Gurgel. Para o advogado, a Procuradoria-Geral da República sempre teve a convicção de que era impossível provar que Gushiken estava envolvido em algum esquema criminoso. Para a defesa, a absolvição "não será um favor. Ele (Gushiken) busca o justo restabelecimento de sua honra".

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