Mártires Coelho.
Juiz não pode ser
objetivo, tem de
ser honesto.
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Mauricio Dias, CartaCapital
Os advogados destruíram não só a acusação como também o acusador. O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, foi soterrado por pesadas adjetivações negativas sobre o trabalho que fez.
Desfilaram pelo plenário do Supremo Tribunal Federal alguns dos maiores criminalistas do País, oferecendo aos 11 julgadores mais, sempre muito mais, do mesmo. Não se tratava de uma música orquestrada pelo claro desentendimento de objetivos entre alguns deles.
Assim, nem tudo foi exatamente igual. No antepenúltimo dia das sessões de defesa, terça-feira 14, subiu à tribuna Inocêncio Mártires Coelho, advogado do ex-deputado José Borba. Além de repetir pontos de teses já sustentadas, apresentou variações importantes na argumentação. A intervenção de Mártires Coelho no julgamento não apareceu na síntese do dia seguinte feita pelos principais jornais brasileiros. Mas ela traduz inquietações que, seguramente, afligem todos os defensores que se apresentaram no STF. Um ponto crucial do teor do que ele disse talvez explique essa conspiração de silêncio:
– Nos diferentes meios de comunicação corre
a notícia de que os votos das senhoras ministras e dos senhores ministros já
estariam prontos ou, no mínimo, rascunhados, com suas excelências apenas aguardando
que se cumpra o cansativo ritual dessas sustentações orais para tornar públicos
seus veredictos.”
Foto: André Coelho/Ag. O Globo
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