segunda-feira, 20 de agosto de 2012

“Não pode ser verdade”

Mártires Coelho. Juiz não pode ser
objetivo, tem de ser honesto.

Mauricio Dias, CartaCapital
“Chegou ao fim a defesa dos 38 réus da Ação Penal 470, chamada de “mensalão”. Com pequenas variações ouviu-se insistentemente o som vindo de uma tecla só: o Ministério Público não apresentou provas consistentes para sustentar as acusações de lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, corrupção, e muito menos demonstrou a origem ilícita do dinheiro usado nas transações políticas entre os partidos transformados, pela acusação, em quadrilha.

Os advogados destruíram não só a acusação como também o acusador. O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, foi soterrado por pesadas adjetivações negativas sobre o trabalho que fez.

Desfilaram pelo plenário do Supremo Tribunal Federal alguns dos maiores criminalistas do País, oferecendo aos 11 julgadores mais, sempre muito mais, do mesmo. Não se tratava de uma música orquestrada pelo claro desentendimento de objetivos entre alguns deles.

Assim, nem tudo foi exatamente igual. No antepenúltimo dia das sessões de defesa, terça-feira 14, subiu à tribuna Inocêncio Mártires Coelho, advogado do ex-deputado José Borba. Além de repetir pontos de teses já sustentadas, apresentou variações importantes na argumentação. A intervenção de Mártires Coelho no julgamento não apareceu na síntese do dia seguinte feita pelos principais jornais brasileiros. Mas ela traduz inquietações que, seguramente, afligem todos os defensores que se apresentaram no STF. Um ponto crucial do teor do que ele disse talvez explique essa conspiração de silêncio:

– Nos diferentes meios de comunicação corre a notícia de que os votos das senhoras ministras e dos senhores ministros já estariam prontos ou, no mínimo, rascunhados, com suas excelências apenas aguardando que se cumpra o cansativo ritual dessas sustentações orais para tornar públicos seus veredictos.”
Foto: André Coelho/Ag. O Globo
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