MINISTRO RELATOR JOAQUIM BARBOSA PARA UM LADO
Joaquim Barbosa informou
que seguiria os oitos itens apresentados pela Procuradoria-Geral da
República (PGR) na denúncia. Ele defendeu uma rodada de votação do
plenário ao final da apresentação de cada um desses itens.
MINISTRO REVISOR RICARDO LEWANDOWSKY PARA O OUTRO
“O relator tem uma ótica
ao que se contém na denúncia e deverá ler seu voto. Eu me preparei
nesses últimos seis meses com um voto consistente, que não é a lógica do
relator, tenho uma outra visão do que se tem na denúncia. Quero
apresentar minha versão inteira”.
FATIANDO A LÓGICA - CADA UM VAI VOTAR COMO QUISER - E SALVE-SE QUEM PUDER.
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Depois de bate-boca entre Barbosa e Lewandowski, fica decidido que cada ministro apresentará voto como quiser.
Débora Zampier
Repórter da Agência Brasil
Brasília –
Cada ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) está livre para
apresentar seu voto da forma que considerar mais conveniente no
julgamento do mensalão. A decisão foi tomada, por maioria, em uma
votação tensa logo no início do décimo primeiro dia de julgamento da
Ação Penal 470.
A discussão
começou com uma divergência entre o relator, Joaquim Barbosa, e o
revisor, Ricardo Lewandowski, irredutíveis na defesa de seus próprios
modelos de votos. Barbosa informou que seguiria os oitos itens
apresentados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) na denúncia. Ele
defendeu uma rodada de votação do plenário ao final da apresentação de
cada um desses itens.
A proposta
foi rebatida pelo revisor Ricardo Lewandowski, que criticou Barbosa por
embasar seu voto no modelo da PGR. “O relator tem uma ótica ao que se
contém na denúncia e deverá ler seu voto. Eu me preparei nesses últimos
seis meses com um voto consistente, que não é a lógica do relator, tenho
uma outra visão do que se tem na denúncia. Quero apresentar minha
versão inteira”.
Barbosa
ergueu o tom de voz na resposta ao colega: “Não venha Vossa Excelência
me ofender. Como sabe qual será minha ótica se eu não falei?”. O
presidente do STF, Carlos Ayres Britto, precisou interromper o
bate-boca, abrindo a votação sobre a metodologia dos votos aos demais
ministros, que optaram pela liberdade de escolha de cada magistrado.
Pela
primeira vez no julgamento, levantou-se a influência do cronograma na
participação do ministro Cezar Peluso, que se aposenta no início de
setembro. “O que poderá ocorrer se tivermos a abordagem apenas de certas
imputações? Teremos um acórdão capenga, com Sua Excelência [Peluso]
tendo participado para certos acusados e não tendo participado para
outros”, disse o ministro Marco Aurélio Mello.
Edição: Lana Cristina
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