sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Tática de Alckmin para destruir Serra já começa a dar resultados


Alckmin abandonado por Serra.
A vingança é um prato que se come frio.
Em 2008, o então governador José Serra apoiou Gilberto Kassab do DEM (hoje no PSD) contra Geraldo Alckmin, do mesmo partido de Serra, o PSDB. Alckmin foi derrotado pela cria serrista e hoje tem quase a totalidade da população paulistana contra si, dada a péssima administração que imprime à maior cidade da América do Sul.
Por outro lado, Alckmin engoliu as duas derrotas, de 2006 (presidência da República) e 2008 (prefeitura de São Paulo), valendo-se da inegável força tucana no estado de São Paulo e elegeu-se governador em 2010. Aí o quadro inverteu-se, com Serra ficando sem mandato, mas, prometendo, em seu discurso de reconhecimento da derrota para Dilma, que voltaria a disputar a presidência do país.
Para não ficar fora da arena política, Serra acabou aceitando disputar novamente a prefeitura de São Paulo, depois de atropelar os candidatos que disputariam uma prévia interna no PSDB, marcadas após Serra declarar que não voltaria a disputar aquele cargo.
Desde então, Alckmin vem executando com notável frieza uma vendetta contra seu ainda colega de partido, mas desafeto inconfundível. Primeiro, tirou o pão malufista da boca do candidato tucano, privando-o daquele que ainda tem muito prestígio com o eleitorado conservador; depois, maquinou para que o PTB mantivesse candidatura própria, roubando mais um naco político da aliança serrista, bem como um precioso tempo de TV. A propósito, tanto o PP de Maluf quanto PTB de Luiz Flávio D'Urso ocupam secretarias no governo Alckmin, o que faria naturalmente que apoiassem Serra, caso o governador fizesse um pequeno esforço.
Não foi o que ocorreu. A pesquisa de ontem do IBOPE já mostra o resultado desse isolamento. Serra cai - começou com 30% de intenções de voto e na de ontem está com 26%, empatado com Celso Russomano(PR), para quem perderia, segundo simulação de um 2º turno, além de ver o petista Haddad subir de 6% para 9%, antes do início do horário eleitoral. Além disso, Serra lidera com folga o nada agradável quesito rejeição com 37%, ou seja, tendo contra si mais de 1/3 do eleitorado.
Se continuar assim, Alckmin terá liquidado a pretensão de Serra voltar a disputar a presidência da República. Talvez, tenha chegado ao fim a carreira do mais antipático político pós Nova República, marcada por uma arrogância não justificada por um comportamento ético exemplar, longe disso, conforme prova o livro A Privataria Tucana, do jornalista Amaury Ribeiro Jr; muito menos qualquer laivo de competência, na medida em que tudo aquilo que alardeou como feitos de sua autoria sempre tinham outro alguém como autor. Já vai tarde e será substituido com muito proveito pelo vácuo.
No Ilharga

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