Alckmin abandonado por Serra. A vingança é um prato que se come frio. |
Por outro lado, Alckmin engoliu as duas derrotas, de 2006 (presidência
da República) e 2008 (prefeitura de São Paulo), valendo-se da inegável
força tucana no estado de São Paulo e elegeu-se governador em 2010. Aí o
quadro inverteu-se, com Serra ficando sem mandato, mas, prometendo, em
seu discurso de reconhecimento da derrota para Dilma, que voltaria a
disputar a presidência do país.
Para não ficar fora da arena política, Serra acabou aceitando disputar
novamente a prefeitura de São Paulo, depois de atropelar os candidatos
que disputariam uma prévia interna no PSDB, marcadas após Serra declarar
que não voltaria a disputar aquele cargo.
Desde então, Alckmin vem executando com notável frieza uma vendetta
contra seu ainda colega de partido, mas desafeto inconfundível.
Primeiro, tirou o pão malufista da boca do candidato tucano, privando-o
daquele que ainda tem muito prestígio com o eleitorado conservador;
depois, maquinou para que o PTB mantivesse candidatura própria, roubando
mais um naco político da aliança serrista, bem como um precioso tempo
de TV. A propósito, tanto o PP de Maluf quanto PTB de Luiz Flávio D'Urso
ocupam secretarias no governo Alckmin, o que faria naturalmente que
apoiassem Serra, caso o governador fizesse um pequeno esforço.
Não foi o que ocorreu. A pesquisa de ontem do IBOPE já mostra o
resultado desse isolamento. Serra cai - começou com 30% de intenções de
voto e na de ontem está com 26%, empatado com Celso Russomano(PR), para
quem perderia, segundo simulação de um 2º turno, além de ver o petista
Haddad subir de 6% para 9%, antes do início do horário eleitoral. Além
disso, Serra lidera com folga o nada agradável quesito rejeição com 37%,
ou seja, tendo contra si mais de 1/3 do eleitorado.
Se continuar assim, Alckmin terá liquidado a pretensão de Serra voltar a
disputar a presidência da República. Talvez, tenha chegado ao fim a
carreira do mais antipático político pós Nova República, marcada por uma
arrogância não justificada por um comportamento ético exemplar, longe
disso, conforme prova o livro A Privataria Tucana, do jornalista Amaury
Ribeiro Jr; muito menos qualquer laivo de competência, na medida em que
tudo aquilo que alardeou como feitos de sua autoria sempre tinham outro
alguém como autor. Já vai tarde e será substituido com muito proveito
pelo vácuo.
No Ilharga
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