“Em artigo, médico colombiano escreve sobre
as dificuldades para atuar no Brasil e critica a postura reativa da categoria à
vinda de profissionais cubanos
A exploração por parte do capital é uma
novidade para o grêmio médico no Brasil. Recentemente um dos setores mais
conservadores da sociedade viu sua condição de profissão liberal ser extinta
pelos operadores dos planos de saúde que exploram a mais-valia obtida através
da prestação dos serviços. Assim, aqueles que foram selecionados através de
provas excludentes nas escolas de medicina e que sonham algum dia virar
burgueses estão hoje na rua para lutar por reivindicações trabalhistas. Sim, os
médicos agora fazem parte da classe trabalhadora, mesmo que não tenham consciência
dessa nova relação com os meios sociais da produção.
No site dos Conselhos Regionais e do
Conselho Federal de Medicina aparecem destacados apelos mais apropriados para
sindicatos que para órgãos fiscalizadores de uma profissão, hipertrofiando sua
função secundária de zelar “pela valorização do profissional médico”.
Mobilizações para exigir aumento dos
honorários pagos pelos planos de saúde e campanhas para promover carreira de
Estado são pautas frequentes nesses órgãos durante os últimos meses. Isso
demonstra que os temas trabalhistas ganharam uma notoriedade insuspeita dentre
os médicos.
Mas a última dessas batalhas do grêmio
médico é, de longe, a mais complexa: o convite a médicos estrangeiros para
trabalhar no território nacional. Esse assunto é particularmente sensível
porque atinge ao mesmo tempo o status outorgado pelo ingresso às escolas
médicas, posturas políticas, questionamento da liderança e o temor de
concorrentes novos no mercado de trabalho.
O ingresso às escolas médicas no Brasil
acontece através de um penoso processo que visa excluir aqueles provenientes de
camadas com menores recursos e oportunidades. Na visão oposta, trata-se da
seleção dos “melhores”, como se nessa lógica inversa a qualidade de um médico
fosse garantida pela seleção que teve para entrar, e não pela formação
adquirida dentro da escola médica.”
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