Veículos de comunicação, em cada
cobertura jornalística, travam uma verdadeira guerrilha, com uso de
recursos bélicos retóricos, linguísticos e semiológicos,
através de fotografias e vídeos. Qual objetivo evidente? As imagens
devem ser testemunhas da instabilidade, caos e baderna que dominaria a
Nação...
"Uma
mobilização talvez somente comparável às estratégias discursivas de
períodos de guerra como a propaganda política norte-americana e nazista
durante a Segunda Guerra Mundial."
Uma mobilização talvez somente comparável às estratégias discursivas de períodos de guerra como a propaganda política norte-americana e nazista durante a Segunda Guerra Mundial.
Capas de revistas semanais, portais de internet e imagens de TV transbordam de efeitos retóricos e linguísticos, tornando as imagens carregadas e propagandísticas de uma forma tão explícita que é incrível que leitores, telespectadores e internautas não se insurjam contra um produto que diz informar quando, na verdade, é propaganda travestida de notícia."
"A capa da Veja fala em fala em “sete dias que mudaram o Brasil”, mas na composição e retórica fotográfica passa a ideia geral de medo, insegurança e impotência. Bem diverso do tom heroico e “histórico” que o texto comunica. Enquanto isso no Portal Terra a fotografia alarmista e aterrorizante compartilha o espaço confortavelmente com anúncios de TV por assinatura, tênis e aparelhos de TV. Se na fotografia temos um cenário de um típico filme “pós-apocalipse” hollywoodiano, no entorno do espaço gráfico há uma normalidade cotidiana contraditória."
Uma mobilização talvez somente comparável às estratégias discursivas de períodos de guerra como a propaganda política norte-americana e nazista durante a Segunda Guerra Mundial.
Capas de revistas semanais, portais de internet e imagens de TV transbordam de efeitos retóricos e linguísticos, tornando as imagens carregadas e propagandísticas de uma forma tão explícita que é incrível que leitores, telespectadores e internautas não se insurjam contra um produto que diz informar quando, na verdade, é propaganda travestida de notícia."
"A capa da Veja fala em fala em “sete dias que mudaram o Brasil”, mas na composição e retórica fotográfica passa a ideia geral de medo, insegurança e impotência. Bem diverso do tom heroico e “histórico” que o texto comunica. Enquanto isso no Portal Terra a fotografia alarmista e aterrorizante compartilha o espaço confortavelmente com anúncios de TV por assinatura, tênis e aparelhos de TV. Se na fotografia temos um cenário de um típico filme “pós-apocalipse” hollywoodiano, no entorno do espaço gráfico há uma normalidade cotidiana contraditória."
Bombas semióticas explodem na mídia
Wilson Roberto Vieira Ferreira - 29/06/2013 - Do Blog Cinema Secreto - Cinegnose
Wilson Roberto Vieira Ferreira - 29/06/2013 - Do Blog Cinema Secreto - Cinegnose
Paralela
à escalada de manifestações no País, nesse momento em cada redação de
um veículo de comunicação e em cada cobertura jornalística nas ruas,
está sendo travada uma verdadeira guerrilha semiótica: um enorme aparato
de recursos bélicos retóricos, linguísticos e semiológicos está sendo
mobilizado para saturar fotografias e vídeos com significações que
apontam para uma estratégia discursiva bem evidente: a imagens devem ser
testemunhas da instabilidade, caos e baderna que dominaria a Nação.
Encontramos duas “bombas semióticas” (uma no Portal Terra e outra na
autodenominada “edição histórica” da revista Veja) e tentamos
desmontá-las em um exercício de engenharia reversa. Bombas camufladas em
informação, mas que explodem para criar ondas de choque de um tipo de
propaganda baseada no esvaziamento de dois símbolos: a da “bandeira
nacional” e o do “manifestante”.
Junto
com as manifestações nas ruas de várias cidades no País, está ocorrendo
uma guerrilha de um tipo muita especial: uma guerrilha semiótica nas
mídias. Depois da primeira semana em que se viram perplexos diante das
manifestações que saíram do script do jogo político-institucional e
reponderam de uma forma reflexa (taxando os manifestantes de
“criminosos” e “politicamente burros”) os meios de comunicação
monopolistas encontraram uma narrativa em que podiam ser encaixados os
acontecimentos: o roteiro da escalada da instabilidade, descontrole e
baderna que estaria minando o governo federal.
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