domingo, 15 de setembro de 2013

Marco Aurélio de Mello, libertador de Cacciola e do assassino de Dorothy Stang, defensor do estupro de menores, defende o terror contra o STF

Residência do ministro Mello e do banqueiro-bandido Cacciola
Em entrevista ao Globo, o ministro que, na semana passada, manobrou para adiar o voto de Celso de Mello, diz que o STF está "à beira do precipício" e chega até a sugerir protestos na próxima quarta-feira contra o tribunal; "a sociedade pode se manifestar, porque mostrou que não está apática", diz ele; alinhado com Joaquim Barbosa, o ministro fala que haverá "decepção" com a suprema corte, mas não se mostrou tão favorável ao clamor das ruas quando, por exemplo, soltou o banqueiro Salvatore Cacciola, permitindo sua fuga; julgamento da Ação Penal 470 virou vale-tudo?
O julgamento da Ação Penal 470 parece ter se transformado numa luta de vale-tudo. Depois de manobrar, na semana passada, para que o voto decisivo de Celso de Mello fosse adiado em uma semana, reforçando a pressão midiática sobre o decano, Marco Aurélio Mello decidiu agir diretamente.

Neste domingo, uma entrevista sua em O Globo chega até a sugerir que manifestantes protestem diante do STF na próxima quarta-feira, quando Celso de Mello dará seu voto – provavelmente favorável – sobre a admissibilidade dos embargos infringentes. "As pessoas podem ficar decepcionadas, e isso pode levar a atos. A sociedade pode se manifestar, porque mostrou que não está apática. A manifestação pacífica é bem-vinda, é inerente à democracia", disse ele.

Esse tipo de discurso, irresponsável e incompatível com um ministro do STF, lembra mais o de um agitador político. Na mesma entrevista, Marco Aurélio Mello prevê a pizza. "A leitura que o leigo faz é péssima, de que realmente o forno está aceso". Segundo ele, a suprema corte está hoje "à beira do precipício" com a possibilidade de novos recursos no processo. "A sociedade começou a acreditar no STF e agora, com essa virada no horizonte, de se rejulgar, há decepção".

Apenas como lembrança, Marco Aurélio Mello foi o ministro que concedeu um habeas corpus ao banqueiro Salvatore Cacciola, permitindo, assim, que ele fugisse do Brasil. Cacciola ficou vários anos foragido na Itália, que não tem tratado de extradição com o Brasil, até ser capturado em Mônaco. Naquele tempo, provavelmente, o ministro do STF tinha menos preocupações com o clamor das ruas.

Apesar da pressão, no entanto, o decano Celso de Mello prepara um voto longo para a próxima quarta-feira, onde ressalta que o papel de um ministro do STF é guardar a Constituição – e não se submeter ao grito de multidões eventualmente manipuladas.

2 comentários:

ZP disse...

Esse Marco Aurélio é mesmo "impagável", podia ser também "incomparável". Assim fosse, não teria emitido esses dois HC's. Para o Cacciola, seu vizinho paciente, chegou a defender, com a ironia que lhe é própria, o direito de fugir de alguém condenado. Não sei qual foi sua teoria para o HC do matador da missionária... Certamente alguma outra pérola do seu repertório jurídico...
Certa vez escutei que a ironia era apanágio do ignorante, creio que não é, é mais do desonesto, inteligente, mas desonesto...

ZP disse...

a propósito, podemos imaginar que, com base na teoria do domínio do fato, que a emissão de um HC para um rico pressupõe o recebimento de alguma vantagem indevida?! $im ou não?!