As primeiras cenas de tortura de 1964
Juremir Machado da Silva
O regime militar já nasceu duro: torturando e matando.
Em 1964, não havia guerrilha de esquerda no Brasil.
Só de direita.
As primeiras torturas aconteceram já em 2 de abril de 1964, assim que os militares, babando raiva, violência, ressentimento, ideologia, estupidez, ignorância, desvario e gosto por sangue tomaram o poder.
Márcio Moreira Alves fez um catálogo do horror do regime, desde os seus primeiros dias, em Torturas e Torturados”, livro que a ditadura perseguiu por considerá-lo nocivo à honra dos militares desonrados por seus atos.
Marcito escreveu sobre o Nordeste: “A primeira referência a torturas aparece nos jornais de 7 de abril”.
Em 18 de abril, o primeiro suicídio induzido. O operário José de Souza jogou-se de um terceiro andar.
Outro suicídio semelhante aconteceria em Manaus.
Não pararia mais. Até Vladimir Herzog anos depois.
Vieram também os surtos de loucura, com psiquiatras dementes mandando internar opositores do regime.
No Rio de Janeiro, “a eficiência destes monstros foi tamanha que a população dos hospícios cariocas aumentou rapidamente”, escreve Alves.
A primeira cena pública de tortura foi a de Gregório Bezerra, em Recife, conduzido pelas ruas, com uma corda no pescoço, espancado, seminu, sob ameaça de execução em praça pública.
Em 8 de maio de 1964, o sargento Manuel Alves de Oliveira foi morto num hospital do Rio.
Cansou de viver.
O ditador Castelo Branco, de ideias curtas e longas cegueiras, mandou Ernesto Geisel investigar.
Moreira Alves escreve: “o general Geisel proferira com a mais completa desfaçatez: não havia torturas, não tinha havido torturas, estava tudo na na mais perfeita ordem”.
A ordem dos cemitérios.
Os dois primeiros monstros torturadores foram os coronéis Helio Ibiapina – “nós torturamos para não matar” – e Darcy Villocq Viana, um animal sedento de sangue e movido pelo cinismo e pela ideologia.
Moreira Alves listou 30 torturados. Castelo Branco não puniu ninguém e manteve os torturadores em seus postos.
A ditadura foi um cemitério compartilhado com um hospício cuja forma de tratamento era a tortura aplicada por psicopatas autoproclamados médicos ou por psiquiatras transformados em psicopatas.
Juremir Machado da Silva
O regime militar já nasceu duro: torturando e matando.
Em 1964, não havia guerrilha de esquerda no Brasil.
Só de direita.
As primeiras torturas aconteceram já em 2 de abril de 1964, assim que os militares, babando raiva, violência, ressentimento, ideologia, estupidez, ignorância, desvario e gosto por sangue tomaram o poder.
Márcio Moreira Alves fez um catálogo do horror do regime, desde os seus primeiros dias, em Torturas e Torturados”, livro que a ditadura perseguiu por considerá-lo nocivo à honra dos militares desonrados por seus atos.
Marcito escreveu sobre o Nordeste: “A primeira referência a torturas aparece nos jornais de 7 de abril”.
Em 18 de abril, o primeiro suicídio induzido. O operário José de Souza jogou-se de um terceiro andar.
Outro suicídio semelhante aconteceria em Manaus.
Não pararia mais. Até Vladimir Herzog anos depois.
Vieram também os surtos de loucura, com psiquiatras dementes mandando internar opositores do regime.
No Rio de Janeiro, “a eficiência destes monstros foi tamanha que a população dos hospícios cariocas aumentou rapidamente”, escreve Alves.
A primeira cena pública de tortura foi a de Gregório Bezerra, em Recife, conduzido pelas ruas, com uma corda no pescoço, espancado, seminu, sob ameaça de execução em praça pública.
Em 8 de maio de 1964, o sargento Manuel Alves de Oliveira foi morto num hospital do Rio.
Cansou de viver.
O ditador Castelo Branco, de ideias curtas e longas cegueiras, mandou Ernesto Geisel investigar.
Moreira Alves escreve: “o general Geisel proferira com a mais completa desfaçatez: não havia torturas, não tinha havido torturas, estava tudo na na mais perfeita ordem”.
A ordem dos cemitérios.
Os dois primeiros monstros torturadores foram os coronéis Helio Ibiapina – “nós torturamos para não matar” – e Darcy Villocq Viana, um animal sedento de sangue e movido pelo cinismo e pela ideologia.
Moreira Alves listou 30 torturados. Castelo Branco não puniu ninguém e manteve os torturadores em seus postos.
A ditadura foi um cemitério compartilhado com um hospício cuja forma de tratamento era a tortura aplicada por psicopatas autoproclamados médicos ou por psiquiatras transformados em psicopatas.
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