Presidente do STF rechaça o tratamento VIP que as Organizações Globo lhe
destina desde o dia 2 de agosto de 2012; entre o início do julgamento
da AP 470 até os choques atuais com jornalistas de O Globo e da revista
Época, Joaquim Barbosa brilhou em todas as mídias chefiadas por João
Roberto Marinho; ganhou prêmio de personalidade do ano; agora, movimento
de independência dele vem na forma de representação criminal por
racismo e dura carta pública; Barbosa provou que submissão não faz parte
do seu repertório; será que só a Globo não sabia?
26 DE MARÇO DE 2014
247 – O ministro Joaquim Barbosa acaba de romper um casamento tácito
entre as Organizações Globo e ele próprio. Uma soma involuntária de
interesses que cresceu com o tempo, mais precisamente desde o dia 2 de
agosto de 2012. Ali, no primeiro dia do julgamento da AP 470, quando
Barbosa era o relator do processo, ficou claro que dois destinos se
encontravam. Nos termos da acusação apresentada pelo relator, a Globo
encontrou todos os elementos para novelizar seu vasto noticiário
impresso e eletrônico a respeito do chamado mensalão e, claro, criar seu
herói: o próprio Barbosa.
Textos feitos por dois jornalistas da casa global, no entanto, fizeram
Barbosa perder sua paciência – que nunca foi grande. O que não se podia
prever, especialmente pelos primeiros tempos de doce lua-de-mel, era que
a fúria de Barbosa contra o que pode ter considerado ser uma tentativa
de submissão seria tão forte.
Em relação ao jornalista Ricardo Noblat, de O Globo, não parece estar,
de maneira nenhuma, para brincadeiras. Com todo o peso correspondente a
um presidente do Supremo, ele entrou com representação criminal contra o
profissional por racismo. As penas são pesadas. Ele pode se contentar
com um simples retratação para o artigo , no qual se sentiu atingido,
mas, por enquanto, não dá mostras de que pretende deixar barato, como se
diz.
Sobre Diego Escosteguy, diretor da revista Época em Brasília, Barbosa
lançou uma carta de protesto que mal abriu espaço para o posterior
pedido de desculpas feito pelo jornalista. Não satisfeito em apontar
erros e corrigir informações, o ministro questionou a ética da
publicação.
Com os dois movimentos, o presidente do STF deixou para trás um passado
que incluiu o prêmio de Personalidade do Ano de 2012, cujo troféu lhe
foi entregue pelo próprio João Roberto Marinho. Além de lembranças
sociais, Barbosa sempre foi brindado com o tratamento de herói na
cobertura novelizada que a Globo fez do chamado processo do mensalão do
PT. Em troca, as Organizações poderiam esperar que ele se submetesse,
calado, a um ou outro momento mais baixo da convivência entre seus
veículos e o personagem. Mas submissão não faz parte do reportório do
ex-herói.
Postado há 1 hour ago por Blog Justiceira de Esquerda
Do Blog Justiceira de Esquerda.
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