segunda-feira, 24 de março de 2014

O Brasil cresce, embora entupindo os bolsos dos “chorões”. Mas não basta para eles.

Fernando Brito, Tijolaço

"O Brasil é um país sui generis.

Está em crise profunda, com o PIB em queda.

E todos os indicadores de produção avançam, até com mais vigor que antes.

A Petrobras, dizem os jornais, está metida num escândalo.

Em qualquer país do mundo, uma empresa metida numa encrenca cai – e muito – na Bolsa de Valores.

Então, como explicar que, desde o início deste “imbroglio”, no início da semana passada, as ações ordinárias da Petrobras tenham subido nada menos que 15,3% (de R$ 12,10, no dia 18, para R$ 13,94, no finalzinho do pregão de hoje)?

E como explicar que um país que está assolado por “rombos”, déficits, ameaças inflacionárias, recessão à vista e tudo o mais tenha os dados de crescimento que o Valor publica hoje?

A explicação para este “fenômeno” é que o Brasil tem dois governos.
Um é o que você elege.

O outro é o do poder econômico, que ninguém elege, mas manda muito.
E que bate impiedosamente em governantes que não são seus serviçais, mesmo quando eles não têm força ou decisão para se rebelarem contra este domínio.

E o chicote destes senhores chama-se mídia.

Toda ela, ou quase toda, já mentalmente deformada pelos anos e anos de domínio do que o Brizola chamava de “Comando Marrom”, uma espécie de matriz de uma orientação quase monolítica.

O governo eleito quer baixar os juros?
Pau nele, para que ele tenha de recuar e fazer o Brasil continuar a pagar “resgate” ao rentismo que nos sequestrou.

(Quem quiser saber o quanto, olhe o gráfico aí ao lado, mostrando quanto cada país paga de juros ao capital aplicado em seus títulos públicos)
O  governo eleito quer baixar as tarifas de energia, uma das mais altas do mundo?

Pau nele e silêncio completo sobre o boicote que a Cesp, a Cemig e a Copel, empresas elétricas de governos tucanos, fazem, só vendendo energia aos preços escorchantes do varejo, aproveitando- se criminosamente da estiagem.

O governo eleito segura o preço da gasolina, que eles diziam ser a mais cara do mundo, para evitar a inflação? Pau nele, em “defesa” da Petrobras que eles odeiam de morte.

E o governo que você  elegeu, “tolinho”, confiando no “controle remoto” e no “espírito republicano”, mudo…"

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