"Não
é o Brasil que precisa da Fifa, mas sim a Fifa que precisa do Brasil",
afirmou categoricamente o advogado e jornalista Emerson Damasceno em seu
perfil do Facebook ao criticar a agressão do Secretário Geral da Fifa,
Jérôme Valcke ao Brasil. Damasceno, contesta a postura do representante
da Fifa e ressalta a posição soberana do governo brasileiro, através do
Ministro Aldo Rebelo.
Abaixo o Vermelho publica o texto na íntegra.
O
recente imbróglio envolvendo Fifa e Brasil não tem motivação política
ou ideológica. Mas sim colonialista. O mundo ainda enxerga a América
Latina como um celeiro de países em desenvolvimento, sem soberania ou
autonomia alguma. Foi assim, por exemplo, na questão das Malvinas,
resolvida à fórceps pela Inglaterra.
A
questão da Copa do Mundo, com a patética declaração do Secretário
Jerôme Valcke é emblemática: nunca a Fifa criticou tanto um país
soberano como o fez agora com o Brasil. O Brasil, ressalte-se, que vem
recebendo a Fifa e sua Copa de braços abertos (ou alguém duvida que o
Governo vem fazendo de tudo para receber o evento, inclusive o que é
motivo de críticas da própria oposição?).
Daí,
querer se criticar a reação braslieira através do atual Ministro dos
Esportes (o último a Fifa havia derrubado, lembram?), Aldo Rebelo, como
sendo extemporânea, é querer o que? Concordar com a Fifa em imiscuir-se
em assuntos internos do País? Lembremos que estamos derramando bilhões
para fazer a Copa, que acontecerá ainda melhor do que houve na África do
Sul. Diga-se de Passagem.
Não é
Brasil que precisa da Fifa, mas sim a Fifa que precisa do Brasil. E
muito, saliente-se. Quando parte da oposição e demais brasileiros se
juntam em coro a um estrangeiro para endossar que dê uma peitada em todo
um congresso, exigindo, a aprovação da Lei Geral da Copa (e barre
também o direito à meia entrada dos Estudantes), questão nossa de
soberania, é como se estivéssemos dizendo que o país deverá se curvar a
qualquer pressão externa.
O
Brasil hoje, pela sucessão de governos, encontra-se numa situação
econômica louvável. A Europa afunda numa crise sem precedentes desde a
Segunda Guerra Mundial. Acabamos inclusive de ultrapassar o PIB do Reino
Unido e já somos a 6ª economia do mundo. Aceitar que o secretário geral
de uma entidade privada fale publicamente que está na hora de se
"chutar o traseiro" de parlamentares brasileiros, é ranço do nosso
eterno complexo de vira-latas como já dizia Nélson Rodrigues. Temos
nossos problemas, que são nossos. Sejamos situação, oposição, o que for,
mas não deixemos de ser brasileiros!
Emerson Damasceno
é advogado, jornalista e sócio da agência de marketing 4Social. É
colunista do Portal “Terra Magazine” e Blogueiro do Diário do Nordeste. É
também criador do Desencontro, o maior evento de mídias sociais do
Nordeste, realizado anualmente em Fortaleza/CE.
No Vermelho
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