Paulo Skaf, presidente da Fiesp, não produz um parafuso, mas aponta um
processo de “desindustrialização” no País; o curioso é que o Brasil já é
o terceiro polo de atração de investimentos produtivos do mundo, atrás
apenas dos EUA e da China
O “empresário” Paulo Skaf, presidente da Federação das Indústrias de São
Paulo, é exatamente isto: um empresário entre aspas. Ele já produziu
tecidos, em algum lugar do passado, mas nem deve se lembrar mais do som
dos teares. Há mais de uma década, a firma de Skaf sucumbiu à
concorrência e, desde então, ele se dedica apenas à política
empresarial. Preside uma entidade, a Fiesp, que, segundo ele, representa
a indústria brasileira. Neste papel, Skaf já se coloca como lobista
principal de uma causa que muitos apontam, mas ninguém sabe ver de forma
concreta: a necessidade de combater a desindustrialização nacional.
Nesta semana, o lobby ganhou impulso com uma manchete alarmista da Folha
de S. Paulo, que apontou que a participação da indústria brasileira no
PIB é semelhante à da década de 50 – um fenômeno natural e saudável, que
ocorre em sociedades avançadas, cada vez mais concentradas em serviços.
O problema é que Skaf começa, mais uma vez, a se mexer politicamente.
Segundo informa a coluna Radar Online, ele teve um encontro reservado
com o vice-presidente Michel Temer e com toda a cúpula do PMDB, partido
ao qual é filiado. No encontro, pediu aos peemedebistas que levantem uma
bandeira com a inscrição “Salvem a indústria nacional”. Por trás disso,
deve existir o lobby poderoso que busca sempre mais incentivos fiscais e
benesses do Estado.
A questão é que esta desindustrialização, simplesmente, não existe.
A reportagem desta semana da revista Exame, uma das principais
publicações de economia e negócios do Brasil, destaca que, até 2016, o
Brasil irá atrair US$ 250 bilhões em investimentos produtivos, em novas
fábricas e na ampliação das já existentes. No ano passado, foram US$ 67
bilhões, o que colocou o Brasil na quarta posição do ranking global,
atrás apenas de Estados Unidos, China e Reino Unido. Em 2012, o Brasil
já ocupa a terceira posição. A Fiat, por exemplo, está construindo duas
novas fábricas: uma em Pernambuco e outra em Minas Gerais. A Volks
também terá uma em Pernambuco. A Hyundai constrói sua planta em
Piracicaba, no interior paulista. Que desindustrialização é esta, Skaf?
Ambição política
Com o mantra da desindustrialização, Skaf quer apenas ganhar uma causa
para alavancar sua carreira, que é a política. Seu projeto é disputar o
governo de São Paulo, em 2014, pelo PMDB. O problema é que as
experiências recentes de Skaf comprovaram que, além de não ter
indústria, ele também não tem votos.
Brasil 247
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Também do Blog O TERROR DO NORDESTE.
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