Do Brasil que Vai! - 25/3/2012
Quem com ferro fere com ferro será ferido, diz o imemorial adágio sobre quem se vale de métodos espúrios para atingir a honra de alguém em benefício próprio ou de terceiros.
Pois
uma enorme lâmina acaba de atravessar o fígado do semanário Veja,
pródigo em assacar acusações contra desafetos do partido de José Serra,
em particular membros dos governos legitimamente eleitos pelos
brasileiros `a partir do encerramento do ciclo de poder tucano em
plano federal.
Investigações
realizadas pela Polícia Federal sobre as atividades do mafioso Carlos
Cachoeira levaram `a prisão de dois chantagistas ligados ao esquema de
jogos de azar e a ninguém mais ninguém menos que ao chefe da sucursal
da revista Veja em Brasília, Policarpo Júnior.
O
acontecimento chega no pior momento para o Grupo Abril, empresa que
pública o título, quando a queda de assinaturas devido ao esvaziamento
de leitores para noticiosos na internet e a perda de grandes
anunciantes tem levado seus sócios do grupo sul-africano Napsters a
questionar a conveniência mercadológica da linha editorial da
publicação.
O
potencial explosivo dos fatos que vieram `a luz é proporcional `a
notoriedade dos personagens envolvidos nos episódios, o senador da
República Demóstenes Torres, presidenciável do DEM, e o governador
tucano de Goiás Marconi Perillo. Todos com poderosos inimigos nos
gabinetes palacianos e nos corredores do Congresso devido `as acusações
de que já foram promotores na mídia.
E
o efeito da explosão será o de revelar `a nação que tipo de vínculo
afinal havia entre os dois principais partidos de oposição e a revista
Veja: uma espécie de associação para o crime a fim de desestabilizar
governos sufragados pelo voto em favor de partidos golpistas que, em
troca, designava políticos corruptos para o acobertamento das fontes
criminosas de informação.
Algo
como a esfinge da cobra engolindo o próprio rabo, capaz de produzir
escândalos de conveniência como o do chamado mensalão, que quase chegou
a produzir um golpe branco contra Lula da Silva não fosse o apoio
decisivo dos sindicatos e movimentos sociais a seu governo, e
contra-dossiês cuja finalidade era a de desacreditar dossiês
procedentes, como o que envolvia os crimes da família Serra, agora
objeto de CPI no Congresso.
O
escândalo que vem a tona agora imobiliza a revista Veja e a torna
ainda mais dependente da tolerância do governo Dilma, a quem buscou
impedir a vitória por todos os meios.
Compromete
sobretudo o jogo que estava prestes a ser jogado a fim de impedir uma
vitória avassaladora das forças políticas de apoio ao governo federal
nas eleições municipais que se avizinham, o de usar o julgamento do
caso do “mensalão” como instrumento de proselitismo político em favor
das oposições.
Para
essa nova armação já estavam a postos membros da corte superior de
justiça do País, o STF, ligados ao senador integrante do bando de
Cachoeira - que levariam a julgamento e condenariam ainda neste ano os
apelados do PT - e a máquina de propaganda formada pela grande
imprensa: Rede Globo, jornal Folha de São Paulo e a própria revista
Veja.
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