Do Carta Maior - 05/03/2012
NOTA
DO BLOG DO SARAIVA:
Honestamente estava torcendo pela vitória do Putin no 1º turno e
acredito que a desculpa esfarrapada de fraude, com votação com efeito dominó,
quando as pessoas votam mais de uma vez não convence os mais idiotas. Ora, se os
eleitores do Putin eventualmente votaram duas ou três vezes, só para argumentar,
os eleitores de seu opositor são tão honestos e não fizeram o mesmo? Em resumo:
Ainda que tal coisa tenha ocorrido a vitória do Putin é
incontestável.
Digo
que estava torcendo porque o Putin em campanha prometeu como projeto de governo
investir pesado em armamentos, gastando bilhões, porque sabe que os EUA, mudando
ou não seus presidentes, só pensam em guerras e conquistas em busca
principalmente do petróleo, mas também subjugar o mundo as suas vontades e para
isto conta com colaboração de Israel, Reino Unido, França, Espanha e Alemanha,
entre outros. ESPERO QUE CUMPRA A PROMESSA E EFETIVAMENTE TORNE A RÚSSIA UMA
POTÊNCIA ARMADA, porque o que não pode é os EUA mandar e desmandar como bem
quer.
Ultimamente os EUA, cujo crescimento econômico e bélico ocorreu
pelo oportunismo de entrar na 2ª guerra mundial no melhor momento para eles,
depois de invadirem o Iraque mesmo contra decisão da ONU, vem agora ameaçando
invadir Irã e Síria, ainda que com a declaração de que vão vetar da China e
Rússia, que fazem parte do Conselho de Segurança da ONU, certo que estes dois
países sabem que o real objetivo de afastar Irã e Síria do seu caminho é mesmo
ficar mais próximo da Rússia e da China, para melhor controle militar destas
duas potências em números de homens que podem se transformar em soldados, mas
que não dispõem ainda de armamentos necessários para equilibrar o poderio bélico
americano, inclusive com suas 5.113 Ogivas Nucleares.
No meu Blog está publicada uma excelente matéria com o título: "Nem a Síria, nem o Irã: China é o verdadeiro alvo". Salvo melhor julgamento vale a pena ser lida.
No meu Blog está publicada uma excelente matéria com o título: "Nem a Síria, nem o Irã: China é o verdadeiro alvo". Salvo melhor julgamento vale a pena ser lida.
Não
penso em voltarmos para a época de uma nova Guerra Fria, mas do jeito que está
não pode continuar.
É o
que penso, respeitando as opiniões em contrário.
Boa
noite!
Saraiva
Saul Leblon
Durante
os últimos meses a mídia conservadora difundiu a idéia de que a Rússia
vivia um estágio terminal de descrédito em relação ao governo,
sugerindo a iminência de um levante popular contra os alicerces da
corrupção e do autoritarismo. Não se diga que estes não existiriam. De
um sistema político planejado para sancionar a transferência do
patrimônio público ao controle de bandos oligárquicos não se deve
esperar virtudes republicanas.
Raramente, porém, a abordagem, ao menos no Brasil, contemplou a resistência e o ressentimento de amplas camadas da sociedade russa em relação aos valores dos livres mercados, o que explicaria a má vontade em sancionar a instauração de um Estado fraco, sobre uma sociedade de joelhos, vencida e complacente com a espoliação de suas vísceras por apetites exacerbados pela crise neoliberal.
A população russa pode ser tudo, menos uma manada compacta de idiotas que, bovinamente, entregaria 64% dos votos a Putin, dando-lhe uma esmagadora 3ª eleição presidencial sem a necessidade de ir a 2º turno, em troca de nada. Como interpretar a colisão entre o vento de nacionalismo e Estado forte soprado das urnas e o prognóstico exatamente oposto, liberal privatista, martelado em manchetes categóricas? A mesma sensação de perplexidade avulta quando se compara o que aconteceu nas eleições parlamentares do Irã com a estridência de uma cobertura jornalística anti-regime, que já se notabilizou por ocultar dados essenciais da questão nuclear iraniana.
Primeiro, ela desqualificaria o pleito apostando na abstenção maciça contra o governo Ahmadinejad; frustrada a diáspora eleitoral pelo comparecimento expressivo das camadas populares, agora destaca-se a derrota de Ahmadinejad, que teria perdido cadeiras no parlamento para a oposição. Quer dizer então que a farsa transmudou-se automaticamente em marco democrático, na medida em que puniu o regime demonizado? Serão os iranianos tão maleáveis assim, a ponto de se transfigurarem de parvos em argutos eleitores, do dia para a noite?
Ou seremos nós, leitores, na concepção da mídia dominante, um bando de Homer Simpsons manejáveis impunemente pela ração diária de idiotia, semi-informação e meias-verdades que ela nos propicia?
Raramente, porém, a abordagem, ao menos no Brasil, contemplou a resistência e o ressentimento de amplas camadas da sociedade russa em relação aos valores dos livres mercados, o que explicaria a má vontade em sancionar a instauração de um Estado fraco, sobre uma sociedade de joelhos, vencida e complacente com a espoliação de suas vísceras por apetites exacerbados pela crise neoliberal.
A população russa pode ser tudo, menos uma manada compacta de idiotas que, bovinamente, entregaria 64% dos votos a Putin, dando-lhe uma esmagadora 3ª eleição presidencial sem a necessidade de ir a 2º turno, em troca de nada. Como interpretar a colisão entre o vento de nacionalismo e Estado forte soprado das urnas e o prognóstico exatamente oposto, liberal privatista, martelado em manchetes categóricas? A mesma sensação de perplexidade avulta quando se compara o que aconteceu nas eleições parlamentares do Irã com a estridência de uma cobertura jornalística anti-regime, que já se notabilizou por ocultar dados essenciais da questão nuclear iraniana.
Primeiro, ela desqualificaria o pleito apostando na abstenção maciça contra o governo Ahmadinejad; frustrada a diáspora eleitoral pelo comparecimento expressivo das camadas populares, agora destaca-se a derrota de Ahmadinejad, que teria perdido cadeiras no parlamento para a oposição. Quer dizer então que a farsa transmudou-se automaticamente em marco democrático, na medida em que puniu o regime demonizado? Serão os iranianos tão maleáveis assim, a ponto de se transfigurarem de parvos em argutos eleitores, do dia para a noite?
Ou seremos nós, leitores, na concepção da mídia dominante, um bando de Homer Simpsons manejáveis impunemente pela ração diária de idiotia, semi-informação e meias-verdades que ela nos propicia?
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