Por wilson yoshio.blogspot
Para Serra, assinatura de Serra equivale a ‘nada’
Josias de Souza
Como na sina de Prometeu, José Serra está acorrentado a um suplício. Assumido em 2004 e desonrado em 2006, o compromisso de permanecer na prefeitura até o fim do mandato bica-lhe o fígado com a renitência de uma água de mitologia grega.
p>Serra assinara o fatídico documento durante sabatina organizada pela Folha em 14 de setembro de 2004. Dali a dois anos, em 2006, deu o assinado por não rubricado e foi à sorte dos votos na campanha para governador. Devolvido pelas circunstâncias às querelas municipais, Serra apresenta-se novamente como candidato a prefeito. Numa entrevista radiofônica, foi reinquirido sobre o rompimento do compromisso. Sua emenda piorou o soneto:
“Eu
não assinei nada em cartório. Isso é folclore. Houve um debate, uma
entrevista. O pessoal perguntou: ‘Se o senhor for eleito prefeito vai
sair para se candidatar à Presidência?’ Eu disse que não. ‘Então assina
aqui.’ Eu assinei um papelzinho. Não era nada…”
Serra não
ingnorava que o “papelzinho” viraria munição contra ele. No alvorecer
da campanha atual, apressou-se em dizer que o sonho do Planalto “está
adormecido”. Assegurou que se concentra agora na prefeitura. Jura que,
eleito, governará a cidade até 2016.Um observador incauto perguntaria: ora, se a assinatura de Serra tem perna curta, como levar ao pé da letra um lero-lero que não dispõe nem do anteparo de um “papelzinho.”
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