Brasília – O ministro da Defesa, Celso Amorim, disse hoje (4) que o
Ministério da Defesa vai repassar todas as informações que forem
requisitadas à pasta pela Comissão Nacional da Verdade. Essa foi a
primeira reunião entre Amorim e os integrantes da comissão, após convite
do coordenador do grupo, ministro Gilson Dipp, do Superior Tribunal de
Justiça (STJ).
“Foi uma boa ocasião para reiterar o compromisso do Ministério da Defesa
em colaborar com a Comissão da Verdade. Vamos facilitar todas as
informações que nos forem pedidas e que possam ajudar os trabalhos da
comissão. Designei uma pessoa, inclusive, para ficar em ligação
permanente”, destacou o ministro.
De acordo com Amorim, todos os arquivos serão abertos para análise da
comissão, o que pode incluir ainda os arquivos dos centros de
informações do Exército (CIE), da Marinha (Cenimar) e da Aeronáutica
(Cisa). "Não falamos sobre isso. Falamos em termos gerais. Tudo estará
aberto", disse.
Segundo o ministro Gilson Dipp, o Arquivo Nacional vai fazer um apanhado
dos documentos que ainda não foram analisados pela comissão. “Se é que
tem alguma coisa que não foi apresentada, certamente vamos pedir ao
Ministério da Defesa que nos apresente esses documentos ou preste essas
informações”.
Além do encontro com Amorim, seis integrantes da comissão, com exceção
da psicanalista Maria Rita Kehl, também estiveram reunidos com o diretor
do Arquivo Nacional, Jaime Antunes da Silva.
A Comissão Nacional da Verdade foi criada para apurar os casos de
violações aos direitos humanos ocorridos entre os anos de 1946 e 1988. A
comissão, de acordo com a lei que a criou, poderá analisar documentos
apurados e depoimentos obtidos pela Comissão de Mortos e Desaparecidos e
pela Comissão de Anistia, ambas em funcionamento desde o governo de
Fernando Henrique Cardoso.
Além dos sete integrantes, a comissão será composta por 14 auxiliares -
servidores de carreira de órgãos federais indicados para ocupar os
chamados cargos de Direção de Assessoramento Superior (DAS). As
nomeações de cinco deles já foram publicadas no Diário Oficial da União,
assinadas por Beto Ferreira Martins Vasconcelos, secretário executivo
da Casa Civil, órgão da Presidência da República a que compete fornecer o
suporte técnico, administrativo e financeiro necessários aos trabalhos
da comissão.
Além do ministro Gilson Dipp, também foram indicados para integrar o
colegiado o ex-ministro da Justiça, José Carlos Dias; Rosa Maria Cardoso
da Cunha (advogada); Cláudio Fonteles (ex-procurador-geral da
República); Paulo Sérgio Pinheiro (professor e diplomata); Maria Rita
Kehl (psicanalista) e José Cavalcante Filho.
Daniella JinkingsNo Agência Brasil
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