quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Assembleia Legislativa de Goiás tenta blindar tucano Marconi Perillo


Poder responsável por fiscalizar as ações do Executivo estadual, a Assembleia Legislativa de Goiás tenta blindar o governador Marconi Perillo (PSDB) da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura as relações da quadrilha do bicheiro Carlinhos Cachoeira, com políticos e empresários. O parlamento goiano pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que impeça a CPI de reconvocar, pedir o indiciamento e, até mesmo, investigar Perillo. As informações são do Correio Braziliense

Autor do requerimento para levar o governador novamente à CPI, o senador Randolfe Rodrigues (PSol-AP) classificou como absurdo o movimento do Legislativo goiano, que também instaurou uma CPI para investigar a influência de Cachoeira no governo local. "A Assembleia está trabalhando como advogada de defesa do governador, a quem ela deveria fiscalizar", resumiu Randolfe.

Ontem, os dois convocados para prestar depoimento na CPI da Câmara, o ex-tesoureiro da campanha de Perillo Jayme Rincón e o ex-corregedor da Polícia Civil goiana Aredes Pires, amparados por habeas corpus concedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), ficaram calados. Na semana que vem está previsto o depoimento do dono da Construtora Delta, Fernando Cavendish, que também conseguiu no STF o direito de não responder às perguntas dos parlamentares. Mas alguns membros da CPI não pretendem dispensá-lo, como costuma ocorrer nos casos em que os depoentes contam com a proteção judicial para se calar. No caso de Cavendish, a estratégia é fazer as perguntas, mesmo que o empresário se recuse a responder.

Assembleia pede ao STF para proibir investigação sobre Perillo
Perillo é suspeito de ter vendido uma casa ao contraventor por R$ 1,4 milhão, o que teria possibilitado à quadrilha "abrir portas" no governo


A Assembleia Legislativa de Goiás pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quarta-feira, que a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Cachoeira não investigue mais o governador Marconi Perillo (PSDB-GO). O mandado de segurança com o pedido foi assinado pelo presidente da Assembleia, deputado Jardel Sebba, colega de partido do governador.

Perillo é suspeito de ter vendido uma casa ao contraventor Carlinhos Cachoeira por R$ 1,4 milhão, o que teria possibilitado à quadrilha "abrir portas" no governo. O documento entregue hoje ao STF também pede que Perillo não seja convocado, nem obrigado, a comparecer à CPI. Conforme o mandado de segurança, o fato de o governador já ter comparecido para prestar esclarecimento e dirimir as dúvidas existentes demonstra sua intenção de não deixar suspeitas a seu respeito.

"Falece competência a qualquer Comissão Parlamentar de Inquérito para convocar governador de Estado para depor ou prestar esclarecimentos, de que natureza forem, ou mesmo investigá-lo ou indiciá-lo, sob pena de dupla e grave ofensa à Constituição, que assegura a esse agente político a prerrogativa de somente ser processado e julgado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ)", diz o documento.

No dia 13 de agosto, o STJ abriu inquérito para investigar as relações entre o governador de Goiás e Cachoeira, atendendo a pedido da Procuradoria-Geral da República. O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, solicitou a abertura do inquérito em junho, com base em gravações telefônicas feitas na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal.

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