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Na história recente da política brasileira, raramente ações políticas foram tão dramatizadas e tensionadas como as ocorridas no âmbito da CPI dos Correios, instalada em 15 de junho de 2005.
A referida CPI teve méritos inegáveis. De sua vigorosa ação investigadora haverá de resultar uma maior vigilância e controle da máquina pública e, espero, ainda, a retomada mais corajosa em torno da urgência de uma profunda reforma política no Brasil. Mas teve também sua imagem nublada quando, na voragem das denúncias, permitiu a proliferação de comportamentos abusivos, danosos à imagem pública de instituições e pessoas inocentes.Na antigüidade cunhou-se a frase, hoje clássica: “à mulher de César, não basta ser honesta, mas sim parecer honesta”. Da sabedoria política dos mineiros cravou-se outro ensinamento: “em política, o mais importante não é o fato, mas a versão sobre o fato”.Mas foi no palco da CPI, com ampla repercussão na mídia, que se adicionou e se impôs uma outra regra, inquisitorial em seus métodos e perigosa em seus efeitos, e que se firma na idéia de que “a suspeição equivale à prova”.Essas armas foram exploradas à exaustão, e poucas vezes se viu tamanho estímulo para a prática de denúncias vazias e tamanha condescendência para o exercício da calúnia.“Estou encantado, porque vamos nos ver livres dessa raça pelos próximos 30 anos”, (referindo-se ao Partido dos Trabalhadores) bradou o senador Jorge Bornhausen, em uma reunião com empresários em 27/09/2005, revelando inequivocamente a fúria oposicionista contra o governo Lula.“O sr. organizou uma quadrilha no Governo Lula”, foi o que disse, de dedo em riste, o Deputado Ony Lorenzoni no dia 14 de setembro passado,no plenário da CPI, sem a mínima prova que pudesse amparar tão contundente acusação sobre a minha pessoa.Comportamentos semelhantes se repetiram na CPI, que se transformou em terreno fértil para disseminar o veneno do desrespeito, da mentira e da difamação. Os adversários armaram-se para deflagrar tempos de guerra na política.Quando a política resume-se ao horizonte de conquista do poder, a esfera pública se torna campo fértil para uma guerra aberta onde aniquilar o outro é a primeira e única regra do jogo.Arruinar reputações e destruir o estoque de credibilidade são os primeiros passos.Mas a destruição de reputações só tem eficácia quando a comunicação atinge a opinião pública. Em meio a essa batalha, que ocorre desde maio de 2005, informações centrais para a opinião pública praticamente desapareceram ou passaram despercebidaos.Neste contexto, fui vítima de informações falsas e de calúnias, lançadas por detratores profissionais.Com este documento espero oferecer elementos para contrapor, mais uma vez, à avalanche da desinformação e às versões que a oposição logrou consagrar.LUIZ GUSHIKENMarço/2006.
Em março 2006, após deixar o ministério no primeiro governo Lula, Luiz
Gushiken elaborou e tornou público um dossiê sobre si mesmo, com o
título "CPI DOS CORREIOS - SECOM/GUSHIKEN - FATOS e VERDADE".
O documento apresentava as acusações falsas espalhadas pela velha
imprensa e pelos parlamentares da oposição contra ele, seguido das
respectivas respostas, uma a uma, para restabelecer a verdade, com
documentos anexos.
Provavelmente pouca gente tomou conhecimento desse dossiê e seu
conteúdo, pois a mesma imprensa que o acusou recusou-se a dar-lhe o
direito de resposta proporcional aos danos.
Além disso, restabelecer a verdade sobre aqueles acontecimentos não
atendia os interesses eleitorais da velha imprensa naquelas eleições de
2006. Dane-se a verdade, era o lema nas redações inescrupulosas.
Talvez por isso, pela imprensa continuar tratando-o como "mensaleiro", o
então Procurador-Geral, sob pressão do clamor da imprensa pela
condenação de um ex-ministro do governo Lula, o manteve na denúncia e o
STF acatou, mesmo quando já estava mais do que claro sua inocência. O
erro só está sendo corrigido agora, com até o Procurador-Geral pedindo
sua absolvição.
Hoje, aquele dossiê ganhou valor histórico, por documentar o
obscurantismo golpista e a prática de torturas sobre a honra alheia
aplicadas pelos maiores veículos de comunicação do país.
Curioso notar que Gushiken chefiou a secretaria de comunicação do
governo Lula, de 2003 a 2005, setor que se relacionava com os órgãos de
imprensa. Para ser tratado com a deslealdade com que foi, deve ter
contrariado o bolso de muito barão da mídia.
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