sábado, 11 de agosto de 2012

Gurgel foi o melhor advogado de Dirceu

Edição/247

Num texto publicado no site “turminha do MPF”, procurador-geral praticamente inocenta o “chefe da quadrilha”; ele escreve que não há provas, a não ser testemunhais; ora, se uma testemunha (Jefferson) serve para incriminar Dirceu, por que outra (Perillo) não serve para incriminar Lula?
Do Brasil247 - 10 de Agosto de 2012 às 21:28

247 – Oficialmente, o advogado de defesa de José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil, é José Luiz de Oliveira Lima, mas ninguém lhe defendeu melhor do que o procurador-geral da República, Roberto Gurgel.

Pois o que Gurgel fez, tanto na sustentação oral como no texto postado no site “Turminha do MPF”, que ensina o mensalão para crianças, foi defender o ex-ministro. Eis o que está lá escrito:

Sobre as provas que sustentam a acusação contra José Dirceu, Roberto Gurgel declarou que “não há como negar que, em regra, o autor intelectual nos chamados crimes organizados age entre quatro paredes, em conversas restritas com os demais agentes do crime, quando dita os comandos que guiam as ações dos seus cúmplices. O autor intelectual, quase sempre, não fala ao telefone, não envia mensagens eletrônicas, não assina documentos, não movimenta dinheiro por suas contas, agindo por intermédio de 'laranjas' e, na maioria dos casos, não se relaciona diretamente com os agentes que ocupam os níveis secundários da quadrilha. Lida apenas com um ou outro que atua como seu interlocutor, não deixando rastros facilmente perceptíveis da sua ação. Assim, nesses casos, a prova da autoria do crime não é extraída de documentos ou de perícias mas essencialmente da prova testemunhal, que tem, é claro, o mesmo valor probante das demais provas”.

A principal testemunha de acusação contra José Dirceu é o ex-deputado Roberto Jefferson, que, numa entrevista recente, se disse movido por vingança. “Ele me derrubou, mas eu livrei o Brasil de José Dirceu”, declarou o presidente do PTB.

A prova testemunhal, segundo Gurgel, tem o mesmo valor probatório das demais provas.

No entanto, há um erro lógico na argumentação do procurador-geral. Se o testemunho de Jefferson vale para incriminar José Dirceu, por que o do governador goiano Marconi Perillo, que disse ter alertado o ex-presidente Lula sobre o mensalão, jamais foi considerado pela acusação?

Qual é a lógica? Simples: não há lógica.
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