Muito se fala sobre o índice cataclísmico de rejeição do eterno
candidato a tudo. Das análises que vi nenhuma me pareceu errada, mas
todas ignoraram o que me parece decisivo para esse crescimento súbito: a
rejeição ao candidato a prefeito que não é candidato a prefeito, ao
sujeito que está usando de novo a candidatura como trampolim. Parece-me
que parte considerável dos potenciais eleitores de Serra acha
inaceitável votar num sujeito que vai ocupar o cargo por alguns meses e
depois renunciar e disputar a presidência de novo. Acredito seriamente
que essa gente votaria, e votará, em Serra para presidente, mas não quer
mais quatro anos de São Paulo sem prefeito.
Foi um erro fatal essa candidatura e não há volta, muito melhor teria
feito o PSDB se tivesse lançado um daqueles desconhecidos. Com apoio da
máquina municipal e estadual, de Kassab, Serra e Alckmin, é certo que
mesmo perdendo o partido teria criado um novo nome em São Paulo e
reforçado sua imagem. Com a derrota de Serra, seja quem for o vencedor, o
PSDB dará um passo decisivo para se tornar mais um DEM.
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