Recomendo a todos a leitura da reportagem de capa da CartaCapital
desta semana. O texto diz que um universitário prestou serviços como
hacker a pessoas ligadas ao governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB).
É claro que, no restante da grande imprensa, não houve repercussão,
repetindo o que ocorre quando denúncias envolvem os tucanos.
Segundo a revista, por meio de dois jornalistas e dois integrantes do
primeiro escalão da administração goiana, o estudante de medicina operou
entre 2011 e 2012 – época em que Perillo foi investigado na Operação
Monte Carlo – uma rede ilegal de grampos telefônicos em favor do tucano.
O objetivo, acrescenta a CartaCapital, era invadir contas de
adversários e até mesmo aliados do governador por meio de perfis falsos
na internet. Segundo a revista, o hacker atuava a partir de encomendas
de um casal de radialistas de Goiânia, Luiz Gama e Eni Aquino.
“O hacker montou um fenomenal arquivo de informações retiradas de
computadores invadidos e telefones celulares grampeados. Pelos serviços,
recebia entre 500 e 7 mil reais, a depender da complexidade do trabalho
e do alvo em questão. O dinheiro saía de duas fontes antes de passar
pela mão do casal de radialistas, segundo documentos obtidos por
CartaCapital. No início, o responsável pelos pagamentos era o jornalista
José Luiz Bittencourt, ex-presidente da Agência Goiana de Comunicação.
Na fase seguinte, a operação passou a ser de responsabilidade de Sérgio
Cardoso, cunhado de Perillo, atual secretário estadual extraordinário de
Articulação Política”, conta a reportagem.
A revista também afirma que teve acesso a 450 mensagens trocadas entre os radialistas e o hacker. A CartaCapital ainda diz que os grampos revelam que o governo de Goiás teria usado hackers de São Paulo e Minas para as espionagens
A reportagem acrescenta que o hacker também tinha a função de montar
perfis falsos nas redes sociais para apoiar Perillo durante a CPI do
Cachoeira, em 2012.
Um dos alvos da espionagem foi o publicitário Gercyley Batista,
vice-presidente do PRP de Goiás. O material foi entregue pelo próprio
hacker a ele. O motivo, disse, teria sido o temor com a consequência dos
grampos. Mas a revista conta que os pagamentos atrasados teriam sido o
real motivo.
Batista, então, levou os arquivos para o Ministério Público. Como o caso
envolve o governador de Goiás, o material foi encaminhado à
Procuradoria-Geral da República.
A revista ainda detalha alguns dos conteúdos dos grampos.
O governo de Goiás nega ligações com o grampo e diz nunca ter criado perfis falsos.
No Blog do Zé
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