sábado, 27 de abril de 2013

"A central de grampos de Marconi Perillo"


 

Recomendo a todos a leitura da reportagem de capa da CartaCapital desta semana. O texto diz que um universitário prestou serviços como hacker a pessoas ligadas ao governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB). É claro que, no restante da grande imprensa, não houve repercussão, repetindo o que ocorre quando denúncias envolvem os tucanos.
Segundo a revista, por meio de dois jornalistas e dois integrantes do primeiro escalão da administração goiana, o estudante de medicina operou entre 2011 e 2012 – época em que Perillo foi investigado na Operação Monte Carlo – uma rede ilegal de grampos telefônicos em favor do tucano.
O objetivo, acrescenta a CartaCapital, era invadir contas de adversários e até mesmo aliados do governador por meio de perfis falsos na internet. Segundo a revista, o hacker atuava a partir de encomendas de um casal de radialistas de Goiânia, Luiz Gama e Eni Aquino.
“O hacker montou um fenomenal arquivo de informações retiradas de computadores invadidos e telefones celulares grampeados. Pelos serviços, recebia entre 500 e 7 mil reais, a depender da complexidade do trabalho e do alvo em questão. O dinheiro saía de duas fontes antes de passar pela mão do casal de radialistas, segundo documentos obtidos por CartaCapital. No início, o responsável pelos pagamentos era o jornalista José Luiz Bittencourt, ex-presidente da Agência Goiana de Comunicação. Na fase seguinte, a operação passou a ser de responsabilidade de Sérgio Cardoso, cunhado de Perillo, atual secretário estadual extraordinário de Articulação Política”, conta a reportagem.
A revista também afirma que teve acesso a 450 mensagens trocadas entre os radialistas e o hacker. A CartaCapital ainda diz que os grampos revelam que o governo de Goiás teria usado hackers de São Paulo e Minas para as espionagens
A reportagem acrescenta que o hacker também tinha a função de montar perfis falsos nas redes sociais para apoiar Perillo durante a CPI do Cachoeira, em 2012.
Um dos alvos da espionagem foi o publicitário Gercyley Batista, vice-presidente do PRP de Goiás. O material foi entregue pelo próprio hacker a ele. O motivo, disse, teria sido o temor com a consequência dos grampos. Mas a revista conta que os pagamentos atrasados teriam sido o real motivo.
Batista, então, levou os arquivos para o Ministério Público. Como o caso envolve o governador de Goiás, o material foi encaminhado à Procuradoria-Geral da República.
A revista ainda detalha alguns dos conteúdos dos grampos.
O governo de Goiás nega ligações com o grampo e diz nunca ter criado perfis falsos.


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