Ricardo Kotscho, Balaio do Kotscho
“Ainda não foi desta vez. No final da tarde desta quarta-feira, o presidente do STF, Joaquim Barbosa, decidiu suspender a votação dos embargos infringentes, quando o placar estava 4 a 2 a favor da aceitação dos recursos, indicando um novo julgamento.
Até aqui, não houve surpresas em relação ao que escrevi no texto anterior: Luís Roberto Barroso, Teori Zavascki, Dias Toffoli e Rosa Weber votaram a favor dos embargos apresentados pelas defesas. O presidente e relator Joaquim Barbosa foi acompanhado, como de costume, apenas pelo ministro Luís Fux no voto contrário à aceitação dos infringentes.
A sessão foi suspensa na hora do voto da ministra Carmen Lúcia, que tende também a acompanhar Barbosa. Ficaria 4 a 3. Em seguida, é a vez do relator Ricardo Lewandowski, um voto certo a favor dos novos embargos, levando o placar para 5 a 3. Outro voto certo, mas contra os réus, é o de Gilmar Mendes, que se queixou antes da sessão começar: "Estamos todos exaustos deste caso". Ficaria 5 a 4.
Se as previsões da maioria dos analistas de confirmarem, Mendes vai ficar mais cansado ainda: caso o julgamento seja reaberto, teremos pelo menos mais um ano pela frente até o STF decretar o trânsito em julgado.
A grande dúvida ainda é o voto do ministro Marco Aurélio Mello, que ora pende para um lado, ora para outro. Se ele votar a favor, decide o jogo ao levar o placar para 6 a 4, faltando apenas um ministro, mas se votar contra fica tudo empatado em 5 a 5, e quem vai dar o voto de minerva é o decano Celso de Mello.
Por todas as suas manifestações até agora, Celso de Mello deve votar pela aceitação dos embargos infringentes, decretando 6 a 5 a favor. É o mais provável. Mas também pode dar 7 a 4, se Marco Aurélio resolver votar sim, nunca se sabe. Em qualquer caso, blogueiros e colunistas da grande imprensa já estavam jogando a toalha após a sessão de hoje. Só um milagre os salva.
Vamos ver o que eles terão para dizer amanhã. O STF que se cuide. De herói a vilão, a distância costuma ser bem curta. Seria mais uma derrota da grande mídia, após as três últimas eleições presidenciais,e e depois de passar praticamente todo o julgamento pedindo dirariamente a punição máxima dos réus, sem direito a recursos. Um deles chegou a escrever hoje: "Supremo vai decidir seu próprio destino".
Ou seja, se aceitar os embargos infringentes e abrir espaço para um novo julgamento, o STF pode estar indo do céu para o inferno na avaliação da maioria dos principais veículos de comunição do país.
Para mim, quem definiu a votação de hoje foi o novato ministro Luís Roberto Barroso, o primeiro a votar. Didaticamente, Barroso derrrubou um a um os oito argumentos dados por Joaquim Barbosa na semana passada contra a aceitação de novos recursos da defesa. E com isso Barroso acabou influenciando os votos seguintes, oferecendo argumentos aos que eram a favor dos novos embargos.
Qualquer que seja o resultado final nesta quinta-feira, fica no ar uma pergunta que não quer calar: por que até hoje não entrou na pauta do STF o julgamento do mensalão tucano, também chamado de "mensalão mineiro" pela imprensa, que é de 1998, ano da reeleição de Fernando Henrique Cardoso?”
2 comentários:
Este Supremo atual, não honra seus pares que contrariavam os ditadores do Brasil de outrora, aqueles que foram aposentados precocemente pelos ditadores, pois, julgavam pelas provas dos autos, não pela vontade imposta pelos poderosos.
Este julgamento transmitido ao vivo e em cores pela mídia de aluguer da banca, deveria chamar não julgamento da ação penal 470, mas sim Tele Corte Montilla.Aos mais novos explico:
A tv no final dos anos 60, transmitia um show com lutas de mentirinhas, onde haviam os algozes dos mocinhos e que eram maus e os mocinhos que eram os galãs. Era um fingimento por se tratar de um show
Todos faziam que batiam e apanhavam.
O show chamava-se "Tele-kat Montilla"
No final o mocinho Ted Boy Marinho sempre vencia, depois de apanhar muito.
Na nossa Tele corte Montilla, o mocinho chamado Direito, tem apanhado o tempo todo.
Veremos se o direito vencerá o seu algoz que vem agredindo nosso mocinho Direito, de forma tão insana, que eu já desconfio que este show não é de mentirinha.
Querem um exemplo de um Job de direita no queixo do Direito?
"Eu posso condenar sem provas, pois a literatura jurídica, assim me permite"
Resta saber onde diabos está a literatura para que nós a consultemos.
Esta realmente é difícil de matar no peito!
E aquela"bobagem" que aprendemos na faculdade de Direito que é elementar em um julgamento, " O ônus da prova, cabe a quem acusa"?
Copiado do amigo: Fux Mato No Peito Truque
Eu acredito que os acusados terão direito a novo julgamento. Deve haver alguém com coerência e decente entre os ministros.
Caso contrário este caso irá parar nas cortes internacionais. E ai, o nosso supremo que não reconhece o justo direito de simples funcionários públicos, ficará ainda mais desacreditado. Teremos a ditadura de toga.
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