A série de matérias sobre protestos no telejornal do dia 7 teve uma edição para golpista nenhum botar defeito.
O JN abriu o noticiário escolhendo a dedo como primeiras imagens de cartazes, um grupo muito pequeno de pessoas no Rio, com um cartaz "Fora Dilma" ao lado de "Militar no poder". Foi o abre-alas escolhido pelo telejornal.
Em seguida engatou a fala de um cidadão com um adesivo "Educação em greve"... Uau! A Globo finalmente dando voz a professores em greve? Ledo engano. O formato da edição fez parecer que aquele cidadão ali que falava contra a desigualdade social, estava no conjunto do grupo anterior que pedia a volta da ditadura.
Daí em diante o noticiário focou nos black blocs, sem sequer contextualizar pelo que protestavam. O jornalismo da Globo está tão ruim e manipulado que disse apenas "Eles ocuparam a pista lateral, gritando palavras de ordem, em frente ao palanque das autoridades". Que palavras de ordem, para entender o protesto? O telespectador ficou sem saber.
O fato é que a Globo quis fazer proselitismo de que o Brasil estaria em clima de baderna e caos. Foi assim que fizeram para preparar o golpe em 1964.
Mas a ênfase que a Globo deu não corresponde ao conjunto do que aconteceu no 7 de setembro. Os desfiles cívicos e militares transcorreram normalmente, a exceção de Maceió, que cancelou. Mesmo no Rio, onde manifestantes invadiram áreas que tinham cordão de isolamento no final, não atrapalhou o curso do desfile. Manifestações pacíficas do grito dos excluídos também transcorreram sem maiores problemas. Os problemas foram localizados entre black blocs, que escolheram agir de forma isolada, e a polícia. É assim que a Globo deveria mostrar, se não estivesse tão assanhada com um golpe.
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