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• atualizado às 17h02
Uma delegação do parlamento da Crimeia viaja amanhã para Moscou para pedir a Vladimir Putin a incorporação da região à Rússia
Segundo pesquisas de boca de urna do Instituto de
Pesquisa Política e Sociológica da República da Crimeia, 93% dos
eleitores da Crimeia votaram a favor da anexação à Rússia.
O primeiro-ministro da Crimeia, Sergei Aksyonov,
comemorou a decisão "histórica", embora a comissão eleitoral tenha
comunicado que o resultado definitivo será anunciado apenas durante a
manhã desta segunda-feira, 17.
Uma delegação do parlamento da Crimeia pedirá nesta
segunda-feira, 17, em uma sessão extraordinária, a incorporação da
região à Rússia ao presidente Vladimir Putin, disse o primeiro-ministro
crimeano, Sergei Aksyonov. "Faremos tudo o mais rapidamente possível,
embora cumprindo todos os requisitos legais", disse à agência Interfax.
Aksyonov anunciou ainda, em seu twitter, a volta do
rublo, moeda usada há séculos pela Rússia, horas depois da divulgação do
resultado do referendo.
A Casa Branca fez um comunicado reafirmando que rejeita o
resultado do referendo. "Este referendo é contrário à Constituição da
Ucrânia, e a comunidade internacional não reconhecerá os resultados
desta votação realizada sob ameaças de violência e intimidação por parte
da intervenção militar russa", declarou o porta-voz da Casa Branca, Jay
Carney.
A nota diz ainda que “as ações da Rússia são perigosas e
desestabilizadoras”, e que os Estados Unidos e os seus aliados deixaram
claro que “a intervenção militar e a violação da lei internacional
trarão aumentos de custos para a Rússia”.
Por fim, o comunicado faz ainda um apelo a comunidade
internacional para que continue condenando as ações da Rússia e apoiando
o povo ucraniano e sua integridade e soberania territorial.
Um milhão e meio de eleitores da península ucraniana da
Crimeia foram às urnas para decidir entre "a reunificação com a Rússia
como membro da Federação Russa" ou o retorno do status de 1992, que
nunca foi aplicado, que dá mais autonomia à região. Manter o status
atual dentro da Ucrânia não era uma das opções.
A mídia ucraniana chegou a dizer que a votação na
Crimeia teria sido manipulada pela Rússia. Muitos cidadãos russos, que
não estariam inscritos nas listas eleitorais, teriam sido transportados
de avião para votar no referendo.
Entenda
a crise na
Ucrânia<a
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o
infográfico</a>
A Crimeia foi historicamente parte da Rússia até que a
União Soviética cedeu o território à Ucrânia em 1954, por decisão de
Nikita Krushceov, no entanto, manteve no porto de Sebastopol a base de
sua frota no Mar Negro.
A maioria da população fala russo e era favorável à
anexação. As minorias ucraniana e tártara, que representam 37% da
população, por outro lado, tinham pedido o boicote do referendo.
O governo ucraniano considera o referendo "ilegal" e
"inconstitucional", assim como os países ocidentais, que chamaram o
referendo de "ilegítimo" por acontecer em um território ocupado por um
exército estrangeiro. Eles também advertiram que o resultado não será
reconhecido pela comunidade internacional.
Após a destituição do presidente Viktor Yanukovytch, em
22 de fevereiro, e a posse em Kiev de um novo governo pró-Ocidente,
civis armados pró-Moscou, com o apoio de militares russos, tomaram o
controle da Crimeia.
Os países União Europeia e Estados Unidos anunciaram que
não reconhecerão o resultado do referendo e que aplicarão sanções
contra a Rússia.
Rússia e Ucrânia acertaram um cessar-fogo que deverá
valer ao menos até a próxima sexta-feira, declarou neste domingo em Kiev
o ministro ucraniano da Defesa, Ihor Tenyukh.
De acordo com o ministro, até o próximo dia 21, os
soldados russos estacionados na Crimeia não vão atacar bases militares
ucranianas. A Rússia prometeu ainda suspender temporariamente o bloqueio
a bases militares ucranianas na Crimeia.
Com informações da Deutsche Welle, EFE e AFP.
População da Crimeia vota em referendo sobre anexação à Rússia
Do Site Terra.com.br
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