terça-feira, 18 de março de 2014

Folha assume que Alckmin faz uso eleitoral da água. Fez as contas para ela durar até o 2° turno


18 de março de 2014 | 11:35 Autor: Fernando Brito
tucanonatorneira
A Folha de S. Paulo assume hoje, em editorial, que “razões eleitorais têm levado o governador Geraldo Alckmin (PSDB) a postergar ao máximo, talvez além do limite da responsabilidade técnica, a adoção de medida evidentemente impopular: o racionamento de água na Grande São Paulo.”
Muito bem, é um progresso para quem, até dias atrás, se limitava a publicar os press-releases da Sabesp, tratando apenas em pequenas matérias e nenhuma chamada na primeira página, a gravíssima situação do Sistema Cantareira.
Mas será que os editores da Folha não sabem ler os números que eles próprios publicam?
A Sabesp diz que vai “chupar” 200 bilhões de litros de água do chamado “volume morto” dos reservatórios, que soma 400 bilhões de litros.
Depois vou falar da qualidade duvidosa destas águas e porque só a metade delas é considerada “bombeável”.
Fico, por enquanto, no reino da aritmética.
Diz a Sabesp que começa a bombear em julho e que a água dá para quatro meses.
Julho, agosto, setembro, outubro…
Curiosamente, a 26 de outubro é o segundo turno das eleições.
Ah, mas não é assim, porque a Sabesp diz que isso só aconteceria se não houvesse chuva alguma.
Não é verdade.
De 31 de janeiro a hoje (46 dias, portanto), o sistema Cantareira perdeu 72 bilhões de litros de água (de 214 bilhões para 142 bilhões, no sistema equivalente, formado pelas quatro represas maiores). Isso dá, praticamente, 1,57 milhão de litros por dia .
É só fazer a conta e ver que 200 bilhões de litros (supondo que nada dê errado), com o ritmo de chuvas que há hoje, dão para 127 dias.
Ou seja, essa conta não é para uma seca total, mas para uma média, no período seco, equivalente à atual.
Julho (31), Agosto (31), setembro (30) e outubro (31) perfazem 123 dias.
Será que o pessoal da Folha entendeu ou será preciso desenhar?

Do Blog TIJOLAÇO.

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