Num eventual segundo
turno com Dilma, Campos poderia ter os votos dos oposicionistas em peso e
mais os de petistas descontentes com o governo atual.
Merval Pereira - O Globo - 19/03/2014 - Pág. 4
=======================
É sabido que no segundo turno,
sempre ocorre uma quebra e repartição de forças, nem sempre
proporcional, entre os dois candidatos que se habilitam à disputa
eleitoral. Num sistema político como o nosso, achar que algum tipo de
força, mesmo as de oposição, irão em peso para uma candidatura, é pura
bobagem. Pesa muito o fato de quem tem mais chances de vencer e a
barganha para a composição do futuro governo. Assim, se considerarmos
oposição, PV - SSD - PSC, é pouco provável que não estejam divididos em
um eventual, e hoje, também, pouco provável, segundo turno nas próximas
eleições presidenciais.
Outra balela de Merval, é afirmar que Campos teria votos de petistas
descontentes. É muito mais fácil Dilma ter votos de integrantes do REDE
de Marina Silva, estes sim, DESCONTENTES, com a posição que o Partido
vem tomando em relação às composições de palanques que o PSB/REDE/PPS
estão montando. Marina vem sendo pressionada e não está encontrando
espaço para acomodar a tal "disfuncionalidade" do sistema aos interesses da REDE e do PSB
Não devem nem mesmo ser descartadas, defecções dentro do próprio PSB.
Há no Partido Socialista uma preocupação com a retórica de Campos e seu
afastamento dos princípios partidários. O temor de que, depois das
eleições, caso o partido saia derrotado, ocorra o fim da aliança com
Marina, e o PSB vire uma espécie de DEM, sem nem mesmo ter mais a
referência de ser um partido de esquerda é crescente.
Há, por vezes, uma diferença enorme entre os fatos como eles
realmente são, e a nossa vontade de como eles deveriam ser. Sempre que
um jornalista coloca suas preferências pessoais e partidárias acima dos
tais "fatos", a análise sai prejudicada, o leitor recebe uma mensagem
truncada e distorcida, e o bom jornalismo é deixado de lado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário