De todos os desdobramentos e conclusões que se pode prever que serão desencadeados depois da transmissão em rede nacional de rádio e tevê, na noite desta quinta-feira, do programa eleitoral do Democratas (PFL), o que mais me saltou aos olhos foi o fato de que a coalizão de centro-direita deu de ombros para os delírios da mídia golpista sobre Serra tentar o tapetão para derrotar Dilma.
Em vez disso, a coligação de Serra preferiu aproveitar o belo espaço eleitoral de dez longos minutos na televisão – uma eternidade – e no rádio para tentar equilibrar o jogo com a adversária petista, o que demonstra que PSDB, DEM e PPS têm muito mais confiança no candidato deles do que a mídia que o apóia envergonhadamente.
Agora, interessante mesmo será assistir e ler as entrevistas da vice-procuradora-geral-eleitoral, doutora Sandra Cureau, e do ministro do TSE Marco Aurélio de Mello, se é que eles as darão – e, se derem, se é que a mídia divulgará.
Os membros da Justiça Eleitoral que falaram até em impedir Dilma de disputar a eleição justo no momento em que ela dispara nas pesquisas, agora estão obrigados a dar declarações no mesmo sentido sobre o programa do DEM desta quinta-feira, até porque ele vai ainda mais longe do que foi o de Lula, pois Serra ocupou pelo menos uns noventa por cento do programa de um partido que não é o dele.
Aliás, os membros isolados do TSE terão que se pronunciar e a Suprema Corte Eleitoral também, formalmente, e no mesmo sentido – com agravantes – usado contra o programa do PT.
Outro fato importante que se pode deduzir do noticiário falando em cassação da candidatura do PT à Presidência é o de que o que a mídia tentou mesmo foi chantagear Lula para ele parar de verter apoio sobre sua candidata, de forma a potencializar o impacto do programa da coalizão serrista.
Agora está tudo empatado. Serra enterrou o delírio golpista ou a chantagem da mídia – ou ambos –, pois ele também, de acordo com a tese midiática, poderia ter o registro de sua candidatura negado pela Justiça Eleitoral. E os jornais, revistas, rádios, tevês, sites e blogs tucanos que gastaram tanto espaço, tinta, papel, energia elétrica enquanto que a direita nem lhes dá mais ouvidos.
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