Instituição construirá novo centro de distribuição de dinheiro na Gamboa. Antigo prédio vai virar museu
Ludmilla de Lima – O GLOBO
O primeiro passo para a revitalização da Zona Portuária será dado pelo Banco Central, que irá transferir parte de suas atividades no Rio para um terreno da instituição na área da Gamboa. O edital de licitação da construção do novo prédio, que abrigará o Departamento de Meio Circulante, maior centro de distribuição de dinheiro do país, foi publicado ontem no Diário Oficial da União. O presidente em exercício do BC, Alexandre Tombini, entregou ontem, em um gesto simbólico, o edital da obra para o prefeito Eduardo Paes, em encontro no Palácio da Cidade.
A instituição não divulgou os custos do projeto, mas adiantou que o processo de licitação deve durar entre 90 e 120 dias, com a construção sendo iniciada em seguida. O prazo estimado para a obra é de dois anos e seis meses.
Serão 30 mil metros quadrados de área construída, que abrigará cerca de 350 funcionários e profissionais terceirizados que hoje atuam no edifício centenário do BC na esquina da Avenida Rio Branco com a Rua Visconde de Inhaúma.
O prédio histórico, um dos primeiros a serem erguidos na antiga Avenida Central, aberta na reforma urbanística do prefeito Pereira Passos, no início do século 20, será transformado em museu do dinheiro.
— O projeto combina a revitalização da Zona Portuária do Rio e a nossa confirmação de continuar fazendo do Rio um centro de distribuição e produção de monetário para o país — disse Tombini.
O novo prédio, na Rua Rivadávia Corrêa, próximo à Cidade do Samba, terá dois pavimentos, sendo que os locais para a guarda e manutenção do dinheiro terão pés direitos mais altos. A construção inclui também espaço cultural, áreas para bancos, comércio e restaurantes, salas de aula e um auditório com 400 lugares. O projeto segue a linha ecologicamente correta, por preservar a vegetação nativa e os contornos do terreno e incluir sistemas de reaproveitamento de água, esgoto à vácuo e refrigeração a ar.
Segundo o diretor de Administração do BC, Anthero Meirelles, a mudança do coração financeiro da cidade para a Zona Portuária é estratégica, tanto por questões de segurança, quanto pelas facilidades de acesso, que favorecem a logística de distribuição de dinheiro para o país.
— O projeto faz parte da estratégia do Banco Central de modernização de suas instalações, ampliação da segurança, redução de custos e melhora da logística, na medida em que a gente distribui dinheiro para um país da dimensão do Brasil — explicou o diretor.
Eduardo Paes disse que o projeto é a primeira decisão concreta de investimento por parte de uma instituição na Zona Portuária: — É uma iniciativa que ajuda a animar esse processo de revitalização, que vai demorar muitos anos. Estamos com uma série de iniciativas para ir avançando. Em cinco a dez anos teremos aquela região completamente recuperada.
Pinacoteca e museu no caminho do Porto
Iniciativas buscam transformar o Píer Mauá em um grande centro de cultura e lazer
Durante o encontro com o presidente em exercício do banco Central, Alexandre Tombini, ontem, o prefeito Eduardo Paes adiantou que na próxima terça-feira irá lançar o projeto da Pinacoteca do Estado do Rio, na Praça Mauá. E até o final de junho será apresentado pelo prefeito o trabalho do arquiteto espanhol Santiago Calatrava para o Museu do Amanhã, que será erguido no Píer Mauá. A ideia é transformar a área em um grande centro de lazer. Os dois empreendimentos estão inseridos no processo de revitalização da Zona Portuária do Rio, anunciado em junho do ano passado como Porto Maravilha.
O plano de mudanças para a área do Porto inclui a reestruturação do sistema viário, com novos acessos e urbanização de vias, e a construção de empreendimentos residenciais, comerciais e de entretenimento, que deve ser incentivada por um projeto de lei, sancionado pelo prefeito no ano passado, que permite a construção de edifícios de até 50 andares em determinados trechos.
No início do mês, os planos de mudar a cara da região ganharam novo impulso com a divulgação da proposta da prefeitura de transferir da Barra da Tijuca para a Zona Portuária parte das instalações esportivas e de apoio dos Jogos Olímpicos de 2016. A ideia, batizada de Porto Olímpico e apresentado ao Comitê Olímpico Internacional (COI), prevê a construção de parte da Vila de Mídia, de dois centros de mídia impressa e de televisão.
Outra iniciativa do município para alavancar a região é a criação do Instituto Rio 2016, que funcionará na escola de samba Unidos do Porto da Pedra, na Zona Portuária.
Praça Mauá
Projeto prevê linha circular no Centro do Rio
Plano de fechamento da Rio Branco fica pronto em 10 dias
Ludmilla de Lima
O projeto da prefeitura para a Avenida Rio Branco, que será fechada para carros e ônibus a partir do dia 26 de junho, será apresentado oficialmente pelo prefeito Eduardo Paes dentro de dez dias, quando mostrará os detalhes da proposta. Será o primeiro passo para transformar a via em um parque urbano, com dois milhões de metros quadrados, só para pedestres. Ele chamou de artificiais as polêmicas criadas em torno da ideia e garantiu que a medida irá melhorar “brutalmente” o trânsito no Centro da cidade.
— A grande transformação que o fechamento vai trazer é poder tirar aquela quantidade absurda e escandalosa de ônibus passando pela principal via da cidade — destacou.
Paes também afirmou que a mudança na Rio Branco não prejudicará a população: — O que eu posso garantir é que não há hipótese da população ter qualquer desconforto.
Ao contrário. A única linha que vai passar pelo miolo do Centro é uma linha circular que vai se integrar com todas as outras linhas de ônibus que chegam — disse o prefeito.
A estimativa imediata é de que 115 linhas de ônibus que circulam pela Rio Branco sejam redistribuídas pela prefeitura.
Postado por Luis FavreComentários Tags: BC, Eduardo Páes, Porto do Rio, Prefeitura RJ, RJ, urbanismo Voltar para o início
Do Blog do Favre.
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