domingo, 25 de abril de 2010

Nova ombudsman investigará reportagens

Suzana Singer, que assume hoje, diz ter como metas localizar eventuais problemas de apuração e mobilizar novos leitores

Jornalista incorporará ao seu trabalho a crítica de notícias da internet; "É um desafio novo, para o qual a função terá de se adequar", diz ela

Marisa Cauduro/Folha Imagem

A ombudsman Suzana Singer, que está na Folha desde 87 e foi editora de Cotidiano, diretora de Revistas e secretária de Redação

DA REDAÇÃO
A jornalista Suzana Singer, 44, assume hoje as funções de ombudsman da Folha. Ela substitui o jornalista Carlos Eduardo Lins da Silva, que exerceu o cargo por dois mandatos, de abril de 2008 a fevereiro deste ano.
Singer será a primeira ombudsman após a fusão das redações da Folha e da Folha Online. Ela incorporará ao seu trabalho a crítica ao noticiário da internet. "É um desafio novo, para o qual a função terá de se adequar, já que o noticiário muda quase a cada minuto."
Entre as metas da nova ombudsman está a de ser mais ativa na localização de eventuais problemas de apuração das reportagens. "Pretendo, por exemplo, conversar com pessoas que foram entrevistadas pelo jornal", diz Singer.
Além disso, a ombudsman tentará mobilizar novos leitores. "Quero incentivar quem nunca escreveu a dar sua opinião sobre a Folha", diz.
Segundo Singer, a função, sobretudo em ano eleitoral, acaba atraindo um público mais afeito à militância política, geralmente comprometido com alguma candidatura.

Secretaria de Redação
Suzana Singer trabalha na Folha desde 1987. Foi secretária de Redação, na área de edição, entre março de 2004 e janeiro deste ano.
Nesse período, foi responsável pelo fechamento do jornal e pela Primeira Página em duas eleições municipais, na eleição presidencial de 2006 e na cobertura do mensalão, a mais grave crise política do governo Lula, deflagrada em 2005.
Ela é filha do economista Paul Singer, atual secretário de Economia Solidária do governo federal, e irmã do cientista político André Singer, que foi porta-voz do presidente Lula e atualmente é professor da USP.
Também jornalista, André trabalhou na Folha por vários anos e foi secretário de Redação no final dos anos 80.
"O fato de ser filha e irmã de petistas não me constrange. Não tenho nenhuma inclinação partidária e sempre soube separar família e trabalho", afirma a jornalista.
Ela já ocupou as funções de diretora de Revistas e editora de Cotidiano (então Cidades). Trabalhou, como repórter e em funções de chefia, nas editorias de Educação, Ciência e Suplementos.
Participou diretamente da criação do caderno Folhateen e do Guia da Folha, além de idealizar e implantar seções como Saúde e FolhaCorrida. Colaborou ainda no projeto dos cadernos Vitrine, Sinapse e da revista infantil DisneyExplora, já extintos.
"Por ter saído há pouco da edição, sei bem das dificuldades que a Redação enfrenta. Não pretendo desculpar os erros que a Folha comete a cada dia. Vou criticar. Mas tentarei também apontar caminhos que ajudem a melhorar esse produto tão imperfeito que é o jornal diário", diz Singer.
Suzana Singer é casada e tem dois filhos, uma menina de sete anos e um menino de quatro. Estudou no Jardim-Escola São Paulo, que não existe mais, e no colégio Santa Cruz. Formou-se em jornalismo pela PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) e cursou ciências sociais na USP.
A nova ombudsman é conhecida pelo senso prático. Entre suas qualidades, colegas destacam a capacidade de trabalhar em equipe e o talento para transformar em assunto jornalístico aspectos da vida cotidiana ou tendências de comportamento da sociedade.
"Num ambiente tantas vezes autocentrado e cheio de vaidades como é o das redações, a Suzana sempre orientou seu trabalho pela busca obsessiva dos interesses e das preocupações reais do público leitor. Essa é a sua marca", diz o colunista Fernando de Barros e Silva.

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