domingo, 18 de março de 2012

DE ESTILINGUE A VIDRAÇA

Por Malu Fontes

Alguém já disse que estatística é a arte de torturar números até que eles confessem o que se pretende que eles confessem. E ainda segundo essa máxima, os números sempre confessam. Não deve ser diferente quando se trata de relativizar em proveito próprio os percentuais de audiência medidos pelo ibope para um determinado produto de televisão cuja estreia foi numericamente muito mais para lá do que para cá. Esse foi o caso da estreia do programa TV Folha, no último domingo, das 20h às 20:30h, na TV Cultura, emissora pública do Governo de São Paulo mas com programação nacional, seja por retransmissão de parte de sua programação por emissoras regionais nos estados ou por TV por assinatura.

PROMESSA - Não é segredo para ninguém que se interessa por televisão e por políticas públicas de radiodifusão que a TV Cultura de São Paulo vem enfrentando nos últimos anos graves problemas financeiros, administrativos e de gestão, o que tem levado o Governo de Geraldo Alckmin a demitir dezenas de funcionários. Nesse contexto, um dos maiores e mais prestigiados jornais impressos de circulação nacional, a Folha de S. Paulo, comprou meia hora na grade da emissora e vem há semanas prometendo revolucionar as noites televisivas de domingo, sempre reiterando que o telespectador não tem nenhuma opção na TV nas noites dominicais. Como promessa é coisa da qual se deve duvidar sempre e infeliz de quem aposta na veracidade da concretização delas, o que o público de fato pôde ver teve muito mais de frustração do que de revelação ou revolução, seja de formato ou conteúdo.

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