O jornalista Luiz Carlos Bordoni,
responsável pela campanha radiofônica de Marconi Perillo na eleição de
2010, afirma que parte do pagamento que recebeu pelo serviço veio de
uma empresa fantasma do esquema de Carlinhos Cachoeira. Coisa de R$ 45
mil.
Deve-se a revelação ao repórter Fernando Gallo. Em notícia veiculada nesta sexta (1o), ele reproduz declarações de Bordoni. O personagem lhe contou que saíra da campanha com um crédito de R$ 90 mil. O depósito de R$ 45 mil refere-se a metade dessa cifra.
Deve-se a revelação ao repórter Fernando Gallo. Em notícia veiculada nesta sexta (1o), ele reproduz declarações de Bordoni. O personagem lhe contou que saíra da campanha com um crédito de R$ 90 mil. O depósito de R$ 45 mil refere-se a metade dessa cifra.
O dinheiro pingou, em 14 de abril de
2011, na conta da filha do jornalista, Bruna Bordoni. Proveio da
Alberto & Pantoja Construções, empresa fantasma que, segundo a
Polícia Federal, era controlada por prepostos da quadrilha de
Cachoeira. A movimentação bancária foi rastreada e consta dos autos da
Operação Monte Carlo.
De acordo com Luiz Bordini, os R$ 45 mil
foram borrifados na conta de sua filha depois que ele cobrou a dívida
de campanha. Detalhista, Bordini contou que seu contato foi feito com
Lúcio Gouthier, hoje assessor de Perillo no governo de Goiás. Ouça-se o
jornalista:
“O sr. Lúcio Gouthier me ligou
perguntando o número da minha conta pra depositar esse dinheiro. Eu
disse a ele que estava viajando, e que minha filha, que paga minhas
contas e administra as minhas coisas, iria receber. Dei o número da
conta dela para ele. De repente, essa conta foi passada para a
Pantoja.”
Bordini acrescentou, em timbre
peremptório: “O dinheiro foi depositado pela Pantoja na conta da minha
filha. Era dívida de campanha do governador Marconi Perillo, dos R$ 90
mil de saldo do trabalho que prestei a ele no programa de rádio na
campanha de 2010.”
Ouvida, a assessorial de Perillo negou
que o governador tenha se servido da empresa de fancaria de Cachoeira
para realizar pagamentos. E Bordoni: “O Lúcio Gouthier é o homem que
resolve todas as questões pendentes das campanhas eleitorais. Ele se
responsabilizou por isso, ele resolveu e ele pagou. Pediu o número da
conta pra depositar e depositou.”
Lúcio, uma espécie de secretário-faz-tudo
de Perillo, foi a pessoa que cuidou, segundo o governador, da venda de
uma casa de sua propriedade num condomínio de luxo de Goiânia. Negócio
de R$ 1,4 milhão. Na versão de Perillo, o imóvel foi comprado por um
empresário.
A PF suspeita que Cachoeira é o
verdadeiro comprador da casa. Quando foi preso, em 29 de fevereiro, o
bicheiro residia no imóvel. A transação foi paga com três cheques
nominais a Perillo. Emitiu-os um sobrinho do contraventor.
A venda da casa é um dos fatos que
motivaram a convocação de Perillo para depor na CPI do Cachoeira. Ele
será ouvido em 12 de junho. A novidade pendurada nas manchetes por Luiz
Bordini oferece matéria prima nova para a inquirição.
O jornalista disse que decidiu trazer os
fatos à luz depois que o nome da filha dele foi citado na sessão em
que o senador Demóstenes Torres foi ouvido no Conselho de Ética do
Senado. “Prestei o serviço honestamente. Não vou deixar que ninguém
venha avacalhar minha credibilidade por causa de Cachoeira.”
No Blog do Josias
Nenhum comentário:
Postar um comentário