Na ONU, Dilma pede urgência na construção de um amplo pacto pela retomada do crescimento global
A presidenta Dilma Rousseff pediu hoje (25), ao discursar na abertura da
67ª Assembleia-Geral das Nações Unidas, urgência na construção de um
amplo pacto pela retomada do crescimento global. Segundo ela, não haverá
resposta eficaz à crise enquanto não se intensificarem os esforços de
cooperação entre os países e os organismos internacionais.
“Não haverá resposta eficaz à crise enquanto não se intensificarem os
esforços de coordenação entre os países e os organismos multilaterais
como o G-20, o FMI e o Banco Mundial. Esta coordenação deve buscar
reconfigurar a relação entre política fiscal e monetária para impedir o
aprofundamento da recessão, controlar a guerra cambial e reestimular a
demanda global (…) É urgente a construção de um amplo pacto pela
retomada coordenada do crescimento econômico global, impedindo a
desesperança provocada pelo desemprego e pela falta de oportunidades”,
afirmou.
Dilma criticou os países desenvolvidos por implementarem uma política
monetária que prejudica os países em desenvolvimento. De acordo com a
presidenta, a valorização artificial das moedas dos países desenvolvidos
agrava ainda mais o quadro recessivo global.
“A opção por políticas fiscais ortodoxas vem agravando a recessão nas
economias desenvolvidas com reflexos nos países emergentes, inclusive o
Brasil. As principais lideranças do mundo desenvolvido ainda não
encontraram o caminho que articula ajustes fiscais apropriados e
estímulos ao investimento e à demanda indispensáveis para interromper a
recessão (…) Os Bancos Centrais dos países desenvolvidos persistem em
uma política monetária expansionista que desequilibra as taxas de
câmbio. Com isso, os países emergentes perdem mercado devido à
valorização artificial de suas moedas, o que agrava ainda mais o quadro
recessivo global”, disse.
No discurso, a presidenta disse ainda ser inaceitável que a defesa
comercial praticada pelos países em desenvolvimento seja injustamente
classificada como protecionismo.
“Não podemos aceitar que iniciativas legítimas de defesa comercial
por parte dos países em desenvolvimento sejam injustamente classificadas
como protecionismo. Devemos lembrar que a legítima defesa comercial
está amparada pelas normas da Organização Mundial do Comércio. O
protecionismo e todas as formas de manipulação do comércio devem ser
combatidos, pois conferem maior competitividade de maneira espúria e
fraudulenta”, afirmou.
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