O STF não merece ter Barbosa na presidência
Este tema é de decisão estrita do Supremo Tribunal Federal, é óbvio. E
não vai, de forma alguma, influir no resultado final do julgamento do
“mensalão”. E nem influirá porque, a esta altura, provavelmente todos os
Ministros já firmaram sua convicção em relação aos acusados.
Mas, inegavelmente, Joaquim Barbosa não está apto a assumir a
presidência do STF. De forma alguma. É uma pessoa emocionalmente
desequilibrada, incapaz de entender regras mínimas de convivência com
seus pares. Sua truculência é tamanha que, nas sessões do Supremo, um
presidente vacilante, como Ayres Brito, mal consegue contê-la. Foi
necessário que Marco Aurélio de Mello se manifestasse duramente para
Joaquim Barbosa sair do surto que o acometeu.
Como presidente, o que ocorreria? Uma desmoralização completa da corte.
Barbosa é o tipo de pessoa que faz questão de exercer seus poderes
ultrapassando seus próprios limites. Não lhe basta a plenitude de
poderes de que goza um Ministro da Suprema Corte. Ele quer mais e mais,
calar dissidentes, proibir o contraditório, indignar-se com quem tem a
petulância de pretender divergir.
Ontem, comportou-se como um valentão de bar disputando a menina (a
opinião pública). A ponto de invocar suposta inveja do revisor Ricardo
Lewandowski, acusando-o de copiar até seu tempo de exposição. Como se a
exposição do revisor pretendesse atrapalhar seu grande momento. Como se o
momento solene de um julgamento fosse um palco iluminado com apenas um
ator.
O Supremo não pode correr esse risco de desmoralização alçando-o à presidência.
A exploração da imagem de Joaquim Barbosa é veneno na veia do Supremo.
Ele é enaltecido por jornalistas e populares que sempre trataram a
questão da Justiça como vingança, acerto de contas, linchamento, efeito
manada.
Seus seguidores e os exploradores da sua imagem são os mesmos que
aplaudiram o linchamento da Escola de Base, do Bar Bodega, os mesmos que
exploraram a religiosidade mais obtusa, o preconceito mais escancarado,
o ódio mais acendrado, o esgoto mais fétido que já jorrou da mídia.
Se o Supremo quiser atropelar garantias, é prerrogativa dele. Que pelo
menos seja através da imagem de um Celso de Melo, Marco Aurélio, até
Rosa Weber, não desse protótipo de lutador da UFC togado.
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