Vou repetir Cícero, num célebre discurso contra Catilina: “O tempora, o
mores”. Cícero, nesse discurso, deplora a perfídia e a corrupção da sua
época.
Pois bem, em outros tempos,– e no nosso Brasil–, não tínhamos um
comportamento igual ao do atual ministro Luiz Fux. No popular, Fux
vendeu a alma para conquistar uma cadeira no Supremo Tribunal Federal.
Procurou de José Dirceu a Pedro Stedile, sem deixar de passar pela
Fiesp.
Certa vez, o ministro Vitor Nunes Leal, grande jurista, emérito
processualista e cassado pela ditadura militar, foi indagado sobre a
escolha de ministros para a Corte excelsa.
Depois de explicar os requisitos constitucionais Vitor Nunes Leal, com
relação aos pretendentes, deixou uma lição que o ministro Luiz Fux não
considerou: Não se pede e nem se oferece para ocupar uma cadeira no
Supremo Tribunal Federal. E o escolhido não deve recursar.
Pano rápido. “O tempora, o mores”.
Wálter Maierovitch
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