“País acaba de reduzir sua taxa de juros de
5,5% para 5% ao ano, embora a meta de inflação tenha sido estourada; México
também reduziu juros depois de superar a meta, para estimular a atividade
econômica; bancos centrais do mundo inteiro hoje discutem como
flexibilizar seus regimes de metas inflacionárias; decisão coloca ainda mais
pressão sobre o Banco Central do Brasil, que, amanhã, revela sua decisão sobre
a política monetária no Brasil; no resto do mundo, o lobby do tomate tem
fracassado
O Banco Central da Turquia acaba de
anunciar: a taxa básica de juros da economia foi reduzida de 5,5% para 5%. O
motivo é estimular a atividade econômica num país em que a meta inflacionária,
de 5% ao ano, foi superada e só será alcançada, segundo o governo, no segundo
semestre de 2013. Na prática, foi como se as autoridades monetárias turcas
atirassem tomates nos especuladores.
A decisão turca é semelhante à do México
que, no dia 8 deste mês, cortou sua taxa de juros, muito embora esteja com
inflação anual em 4,25%, acima da meta de 4%. O mesmo ocorre na África do Sul,
onde a inflação bateu em 6% e os juros foram reduzidos a 5%.
O que fica cada vez mais claro é que o
lobby do tomate, estridente no Brasil, com direito a capas de Veja e Época,
além de um colar de Ana Maria Braga, não tem sido ouvido no resto do mundo.
Ontem, em Belo
Horizonte, a presidente Dilma falou sobre o lobby pró-juros
altos no Brasil. "Tenho ouvido discurso que eles têm feito, a novidade do
tomate. O que não sabem é que uma mulher calejada na luta como esta mulher não
vai permitir que um tomatezinho' venha quebrar as forças da economia e de um
país que teve um povo que aprendeu a viver com inflação controlada."
Estouros das metas de inflação também estão
ocorrendo em vários países do Hemisfério Norte e os bancos centrais, ao invés
de subirem os juros, estão discutindo justamente como oferecer maiores
estímulos às suas economias. É o que ocorre, por exemplo, na Inglaterra e no
Japão.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário