Marcelo Semer, Terra Magazine / Blog do
Marcelo Semer
“Uma emissora de televisão questiona a
patroa como vai fazer para pagar as horas extras de seus cinco empregados
domésticos.
A revista semanal expõe na capa a foto de
um homem de gravata lavando a louça, chamando a atenção para o futuro drástico
que espera seu leitor.
Quando mais tarde essa conquista
civilizatória, que é tratar doméstico como um empregado normal, se tornar um
fato histórico, será que a imprensa se lembrará do papel que teve em assustar a
classe média?
Hoje é difícil encontrar quem defenda
abertamente a escravatura nos moldes coloniais, mas na época até mesmo o
direito adquirido foi usado para advogar contra a abolição. Não é difícil supor
o terrorismo que a imprensa deve ter feito com a futura ‘penúria’ dos senhores
de engenho.
Não existe avanço civilizatório sem
rompimento do status quo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário