Em sua capa desta semana, a revista
semanal das Organizações Globo anuncia que o governo Dilma faz tudo
errado no combate à inflação e diz que a presidente e o ministro Guido
Mantega pisaram no tomate; auto-referente, a Globo usa declaração da
global Ana Maria Braga, que disse usar uma joia ao pendurar um colar de
tomates no pescoço, para afirmar que a inflação hoje assusta os
brasileiros; nunca é demais lembrar, no entanto, que, nos dois governos
FHC, a inflação foi substancialmente maior do que a agora, sem disparar o
mesmo alarme; será síndrome de abstinência de juros altos ou de ter
amigos no poder?
Brasil 247
- Nunca é demais relembrar os dados de inflação dos últimos governos.
Na primeira gestão FHC (1995-1998), a taxa média foi de 9,7% ao ano. Na
segunda (1999-2002), de 8,8%. Com Lula, os índices foram mais
civilizados, sempre dentro da meta e, agora, com Dilma, a taxa média é
de 6,2%. No entanto, nunca o alarma dos veículos de comunicação
tradicionais soou tão alto como agora.
Em sua capa desta semana, a revista Época, das Organizações Globo,
afirma que a presidente Dilma Rousseff e seu ministro Guido Mantega
pisaram no tomate – produto que simboliza a alta de preços recente.
Anuncia ainda que o governo federal faz tudo errado no combate à
inflação – como se, por exemplo, iniciativas recentes, como a
desoneração das contas de luz não tivesse a menor importância.
Auto-referente, a Globo usa uma declaração da apresentadora global Ana
Maria Braga, a de que estava usando uma joia, ao pendurar um colar de
tomates no pescoço, para indicar que a população brasileira estaria
apavorada com a inflação. Detalhe: quem será que pediu para Ana Maria
Braga fazer sua piadinha ridícula?
Com a capa desta semana, Época, na verdade, apenas acentua sua cruzada
contra o governo Dilma e, a um só tempo, alia interesses políticos da
Globo a interesses econômicos seus e de apoiadores. Os dois objetivos
principais são derrotar o PT nas próximas eleições e garantir o início
de um ciclo de alta de juros. No fundo, trata-se de uma síndrome de
abstinência de juros e também um sintoma da falta de amigos no poder.
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