Mauro Malin, Observatório da Imprensa
“Um primeiro e essencial desacordo com o texto de autoindulgência
publicado no O Globo de 1º de setembro (leia aqui) diz respeito a
uma falácia quanto à participação do jornal no movimento que levou ao golpe de
Estado de 1964. Está escrito que o O Globo “concordou com a intervenção
dos militares”. Não é verdade. Embora outros tivessem muito mais prestígio e
influência – como, por exemplo, o Jornal do Brasil, o Correio da
Manhã e o O Jornal, no Rio de Janeiro, e o O Estado de S. Paulo,
na Pauliceia –, o jornal da Rua Irineu Marinho foi um dos incentivadores do
movimento golpista. Não “concordou”. Promoveu.
Registra Carlos Chagas no precioso O Brasil sem retoque: A História
contada por jornais e jornalistas, 1808-1964, vol. II, página 1.052, que no
início de 1964 Roberto Marinho passa a frequentar a casa do general Humberto de
Alencar Castelo Branco, então chefe do Estado-Maior do Exército, assim como
faziam outros conspiradores, nomeadamente os deputados udenistas Bilac Pinto e
Aliomar Baleeiro.
Castelo era historicamente um oficial
legalista. Relutou muito em se incorporar ao movimento conspiratório, que tinha
no proprietário do O Estado de S. Paulo, Júlio de Mesquita Filho, um de
seus mais influentes chefes civis. É relativamente conhecido o documento com
diretivas para um governo ditatorial escrito por Mesquita. Chagas cita-o
longamente. “
Artigo Completo, ::AQUI::
Nenhum comentário:
Postar um comentário