sexta-feira, 21 de março de 2014

Barbosa processa Noblat por racismo. Começou a vingança…


21 de março de 2014 | 01:17 Autor: Fernando Brito
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Divirjo muitas vezes do jornalista Ricardo Noblat.
Quase sempre, aliás.
Muito menos aprecio a orientação política que ele assume em sua coluna em O Globo e em seu blog, na mesma empresa.
Não desconheço, também, que ele jamais tomou a defesa de outros profissionais, a que vê serem chamados de ‘blogueiros sujos”, sem que lhes proclame o direito de escrever o que pensam e tanto quanto qualquer outra publicação, merecerem  - na proporção de suas audiências – a destinação de verbas publicitárias.
Nada disso, entretanto, faz deixar de ser absurdo que ele seja denunciado por racismo pelo Presidente do STF, Joaquim Barbosa, por tê-lo censurado por seus modos grosseiros ao agredir verbalmente Ricardo Levandowski.
Por dizer que Barbosa não tem o direito “tratar mal seus semelhantes, a debochar deles” e a “humilhá-los”.
Não tem, mesmo.
Ou que Barbosa teve, na sua indicação para a Corte,o fato de ser negro como elemento de convicção do Presidente Lula para decidir assim.
Foi, e que bom que tenha sido.
Porque significou a ascensão de um negro – como milhões de nossos irmãos – à corte mais alta do País, como é preciso para que esse país comece, um pouquinho, a exorcizar os séculos de discriminação, humilhação e injustiça.
Que Noblat tenha dito que o comportamento de Barbosa é eivado de autoritarismo e recalques, basta ver os espetáculos que ele protagoniza na TV Justiça, ante os olhos de todos.
Ou será que mandar um jornalista ir “chafurdar no lixo” é exemplo de comportamento equilibrado próprio de um magistrado?
Da mesma forma, não é temerário dizer que Joaquim Barbosa sabe do peso com que recai, diante do Ministério Público, uma demanda sua para que se processe alguém.
Noblat talvez seja só o primeiro.
O rancor da derrota final no processo da Ação penal 470, o chamado “mensalão”, já deixou claro, na diatribe final de Barbosa contra seus colegas, onde apontou um “maioria formada sob medida” que iria seguir sua “sanha reformadora”, que aquele era “apenas o primeiro passo”.
Talvez o primeiro passo seja justamente Noblat, a quem, por caminho transverso, se busque punir por ele, Barbosa, no trecho final do julgamento, não ter seguido razões de elevado valor jurídico, como a de dosar penas “sob medida” para evitar a progressão ao regime semi-aberto de determinados presos.
E talvez seja uma lição a Noblat de que os adversários que o enfrentamos com a verve, a ironia e o questionamentos políticos somos muito, muito mais democratas do que aqueles que acusam injúrias para exercer a perseguição.
Porque, afinal, o que se lhe imputa como injurioso é o mesmo – em palavras até mais duras – do que se acusou o jornalista Paulo Henrique Amorim em relação a Heraldo Pereira.
Quando muito, uma ofensa pessoal, não aos negros.
Noblat não achou isso merecedor de defesa.
Ainda assim, terá nossa defesa diante de um esgar autoritário.

Também do Blog TIJOLAÇO.

Um comentário:

Chutando a Lata disse...

Oh Seu Juiz, vamos aos Autos. O resto é papo furado!