quarta-feira, 19 de março de 2014

Cavalo não desce escada: PMDB não sai do governo


18/03/2014
PMDB_Blocao01
Fernando Brito, via Tijolaço
“Cavalo não desce escada”, avisava o folclórico Ibrahim Sued, pai do colunismo social, antes de seu “ademã, que eu vou em frente”.
Muito menos o PMDB sai de governo, a não ser que tenho outro prontinho, ali na frente, para colocar os pés. E, claro, as mãos.
O blocão durou apenas o tempo do blefe malsucedido, porque a rosa de Malherbe não merece a comparação com o odor fétido que se expeliu das nossas valorosas representações parlamentares.
Diz a Folha “que dos oito partidos governistas que integravam o blocão, só restam quatro: PMDB, PR, PTB e PSC.” O PR já avisou que vai desembarcar na terça. O PTB, creio eu, deve sair até antes.
O governador Sérgio Cabral, com uma carinha de falsa compunção, jura que vai apoiar Dilma e só quem aceita nota de R$3,00 acredita na historinha que ele mandou plantar, de que a Presidenta Dilma disse que candidatura do PT no Rio é “invenção do Lula”.
Eduardo Cunha se apresentará para negociar com suas tropas reduzidas aos dissidentes de sempre no PMDB.
E nesta tropa estropiada, nem 10% se interessam pela votação do marco civil da internet. Essa causa – chamemos assim, por elegância – é do próprio Cunha.
Dependendo das articulações que passam ao largo do “Jim Jones” peemedebista, ele não leva essa.
Vai ser tratado com seco respeito, por determinação de Dilma Rousseff.
Hoje, sentido o peso, Cunha passou a manhã a xingar a imprensa em seu Twitter, depois de ter chamado ontem a revista IstoÉ de “QuantoÉ”.
Agora o alvo é, além de André Singer, por seu artigo na Folha, o colunista Lauro Jardim, da Veja (onde Reinaldo Azevedo salta em sua defesa), de quem diz servir como “jardim do governo”.
A razão? Esta nota.
“O Palácio do Planalto detectou alguns movimentos feitos por Eduardo Cunha antes de articular a convocação de dez ministros para depor na Câmara.
Cunha encontrou-se com Eduardo Campos e Aécio Neves. De acordo com as informações com as quais Dilma Rousseff trabalha, quem intermediou a conversa entre Aécio e Cunha foi Sérgio Cabral.
A propósito, o governo já definiu qual será o próximo lance de seu enfrentamento com o líder do PMDB. O alvo escolhido é Fabio Cleto, feito em 2013 vice-presidente da CEF pelas mãos de Eduardo Cunha.
Cleto é também integrante do conselho do Fundo de Investimentos do FGTS, que cuida de uma bolada de R$32 bilhões em investimentos, e pleiteia a presidência do órgão. Sua cabeça deve rolar até o fim de março.”
Cunha caminha para ser um destes paradoxos: vai ser engolido por sua própria goela.
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