quarta-feira, 19 de março de 2014

Lousa, giz e chumbo. Enquanto prendia estudantes e professores, a ditadura rapidamente mudou o modelo de ensino no Brasil.

Lousa, giz e chumbo
Subfinanciamento da escola pública e privatização do setor estão entre os principais legados das políticas educacionais da ditadura
Cida de Oliveira e Sarah Fernandes - Rede Brasil Atual - 15/03/2014

O JORNAL / JCOM / D.A. PRESS / (RJ 12/07/1968)
Enquanto prendia estudantes e professores, a ditadura rapidamente mudou o modelo de ensino no Brasil





Em meio a um emaranhado de fusões de escolas e concentração de conglomerados universitários, o ensino superior privado brasileiro segue de vento em popa. Um levantamento da consultoria Hoper Educação, com base em dados de 2013, constatou crescimento de faturamento de 30% entre 2011 e 2013, de R$ 24,7 bilhões para R$ 32 bilhões. Conforme a consultoria, estão matriculados hoje no ensino superior privado 5 milhões de alunos.

Os números do setor têm reflexo no Censo Escolar do Ministério da Educação. Os dados de 2011, divulgados em 2013, indicam que das 2.365 instituições que participaram do levantamento do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), 88% são particulares – percentual que praticamente repete o do censo anterior. Entre as dez maiores instituições de ensino superior em números de matrículas de graduação, nove são privadas.

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do IBGE, mostra que em 2012 estavam na rede privada 74,6% dos estudantes, percentual que aumentou em relação ao ano anterior, que era de 73,2%. O crescimento da educação como negócio é inversamente proporcional à queda na qualidade dessa modalidade ensino, pouco fiscalizado.

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