quarta-feira, 5 de maio de 2010

Ó xente, que maravilha, bá! O Nordeste puxa a a fila.

Há uma notícia que vai ser pouco lida, porque só saiu no Valor Econômico, mas que eu faço questão de dividir aqui com vocês. A região Nordeste vem aumentando sua participação no volume total do crédito no Brasil. No fim de 2004, estavam lá 9,5% do saldo das operações de crédito, este ano, subiram 11,6% ,em janeiro. No mesmo período, a participação do Norte passou de 3,21% para 3,58%, e a do Centro-Oeste foi de 9,23% para 9,32%.

O Nordeste tem 27% da população brasileira. Essa, portanto, deve ser sua participação ideal numa economia equilibrada. O avanço, que pode parecer pequeno, representa, proporcionalmente, muito. Principalmente porque tem sido enorme a expansão do crédito no país, como um todo.

Diz a matéria que o Nordeste lidera a expansão do crédito nos últimos cinco anos em termos percentuais, com alta acumulada de 331,5% até o fim de 2009. Em segundo lugar aparece o Norte, com avanço de 296%, seguido por Centro-Oeste (259%), Sul (245,7%) e Sudeste (243,6%). De olho neste potencial, os bancos estão aumentando sua rede de agências e postos na região.

Sinal que esta região historicamente injustiçada está avançando e- que bom para todos nós – tornando o Brasil um país menos desigual. Ano passado, uma matéria do Estadão mostrou que mesmo no pior da crise, no Governo Lula, o crescimento do Nordeste ficou acima da média nacional. Um carioca-gaúcho como eu só pode ficar feliz vendo nossos irmãos nordestinos, finalmente, tendo direito a um quinhão do progresso brasileiro.

O triste é que continue existindo tanto preconceito. Ao ler o jornal impresso, com a matéria correta e muito informativa do repórter Murillo Camaroto, do Recife, me deparei com um subtítulo e uma abertura que, certamente, foram acrescentados na edição, em São Paulo: “NORDESTE ROUBA FATIA DAS DEMAIS REGIÕES BRASILEIRAS NO CRÉDITO”, seguida do texto que diz que “o crescimento da oferta de crédito no Nordeste, que há pelo menos cinco anos avança em ritmo mais acelerado que o das demais regiões do país, é alimentado com recursos captados na Região Sudeste, centro financeiro do país(…) “

Dá para perceber quanto preconceito se contém nessa forma de apresentar os fatos. Um pena que existam pessoas na elite brasileira que não conseguem entender que este país não poderá ser bom para ninguém se não puder ser bom para todos. O castigo do egoísmo é o medo e o drama de ter, mais cedo ou mais tarde, sua vida invadida pela miséria que cerca sua riqueza.


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