quinta-feira, 6 de maio de 2010

Rio ganha um centro avançado de pesquisa

Novo laboratório da UFRJ estudará câncer e doenças degenerativas e cardiovasculares

http://www.uc.pt/fmuc/investigacao/LabBCAR/btop_right

Renato Grandelle – O GLOBO

O Rio ganhou ontem um centro avançado para o estudo do câncer e outras doenças graves.

Único do gênero na América Latina, o Centro Nacional de Bioimagem (Cenabio) da UFRJ pode estudar detalhadamente em animais a evolução de doenças. Além de oferecer resultados mais completos, o novo centro também poupará cobaias usadas em pesquisas de doenças crônicas, degenerativas e cardiovasculares. Os equipamentos permitem o monitoramento, em um mesmo animal, da evolução de sintomas; algo que, antes, só era possível, e com respostas menos conclusivas, usando uma série de cobaias.

O Cenabio estará aberto a pesquisadores de todo o Brasil e poderá fazer colaborações com outros países latino-americanos.

O centro conta com um equipamento avançado de ressonância magnética nuclear, com resolução 100 vezes superior à de outros aparelhos.

Com ele, é possível analisar imagens de diversas atividades, como a reação do metabolismo a tumores.

— As imagens de testes com com animais nos fornecem uma base muito melhor para determinarmos, por exemplo, a seriedade de uma lesão. Podemos estudar todos os seus estágios. Daí surgem técnicas e dados que, no futuro, poderão ser empregados em tratamentos de seres humanos — diz Fernanda Tovar Moll, pesquisadora da Cenabio.

O Cenabio também tem um ultrassom sofisticado, capaz de produzir imagens de estruturas minúsculas, como o coração do feto de um rato.

Há, também, um aparelho especializado na detecção da bioluminescência. Seu uso ocorre a partir de células modificadas para produzir sinais luminosos. Estas células, então, são introduzidas nos animais.

A partir daí, é possível investigar o caminho que seguem dentro de seres vivos.

— Vemos, por exemplo, se células-tronco realmente se especializam para combater doenças em certas partes do organismo — explica Jerson Lima Silva, coordenador do Cenabio.

O laboratório injetou células tronco em um camundongo logo após um infarto e, com as imagens do equipamento, verificou uma alta concentração daquelas células na região do tórax. O passo seguinte é comprovar alterações em sua função cardíaca.

— Muitas promessas da medicina podem ser comprovadas a partir desses experimentos básicos — destaca Silva. — Acompanhar o animal sem sacrificálo é importante para podermos traçar estratégias terapêuticas, como a sua evolução a diversos tratamentos.

A construção do Cenabio custou cerca de R$ 6 milhões e foi financiada por instituições como o Ministério da Saúde, a Faperj, o CNPq e a Finep.

Postado por Luis Favre
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Do Blog do Favre.

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