sábado, 3 de abril de 2010
Senhor Deputado Carlos Abicalil, no último dia 18 de abril ocorrerá a Prévia, no Estado de Mato Grosso, que definirá o candidato do Partido dos Trabalhadores, que deverá ocupar uma cadeira no Senado Federal. Qual o seu recado para a militância do PT mato-grossense?
CARLOS ABICALIL: Esse é um dos momentos mais importantes de decisão partidária. Depois de termos definido nossa tática eleitoral formando um forte arco de alianças em torno da base comum entre os governos Lula e Blairo, aprovando, também, nossa proposta de programa de desenvolvimento humano sustentável para o estado, o PT visa assegurar uma vaga de senado nesta aliança. Defendi a aplicação da resolução nacional do Diretório que recomendava a escolha do candidato pelo Encontro de Delagados/as. Minha concorrente não aceitou. A solução, então, é a aplicação do estatuto que assegura a consulta direta a toddos/as os/as filiados/as. Confio na sabedoria e no senso de justiça da base do PT. Creio que a democracia construída no partido tem a palavra final sobre qualquer interesse pessoal e se constitui na melhor avaliação eleitoral. Queremos cumprir nossos objetivos: eleger Dilma, fortalecer a aliança vitoriosa no estado, ampliar nossas bancadas legislativas e manter a vaga do senado. Todos continuaremos petistas, vibrando com as conquistas que fizemos com Lula e lutando para ampliá-las com Dilma, apoiada numa forte base parlamentar cujo fundamento principal será a bancada do PT.
Quais são os avanços conquistados pelo Partido dos Trabalhadores no estado de Mato Grosso durante a sua primeira gestão a frente da presidência do Diretório Estadual?
CARLOS ABICALIL: Nos vinte e quatro meses do primeiro mandato, recuperamos uma intensa vida partidária. Com planejamento estratégico, realizamos 3 rodadas de seminários regionais: preparando a eleição 2008, avaliando o resultado eleitoral e fortalecendo os programas de governo municipais, debatendo os rumos do PT - no PED. A cada ciclo, um grande encontro estadual. Logo depois do PED, mais um encontro programático, atualizando nossas propostas para o desenvolvimento humano e sustentável, base para nosso diálogo na aliança estadual. Seis ministros de Lula participaram dessas atividades. O resultado: o PT saiu de 7 para 18 prefeitos e 19 vice-prefeitos, participa de mais de cem das 141 administrações municipais, tem 110 vereadores/as em 77 municípios, e está com as instâncias de direção regularizadas em quase todo o estado. Ocupamos a secretaria de estado de educação que está entre as mais bem avaliadas. Somos um dos 4 maiores partidos em Mato Grosso e estamos habilitados a disputar com mais vigor as próximas eleições. No primeiro mandato, organizamos os setoriais de mulheres, juventude, educação, formação e meio ambiente. Concluímos com êxito os setoriais agrário e sindical , agora. A força viva dos movimentos sociais permanece dentro do vigor do PT.
Quais são as suas expectativas diante do evento que estará acontecendo em Brasília, no período de 28/03 a 01/04/2010, cuja temática abordada refere-se à Construção de um Sistema Nacional Articulado de Educação, tendo em vista que o senhor é um dos membros da organização da Conferência Nacional de Educação (CONAE), além de representante da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados?
CARLOS ABICALIL: Orgulho-me de viver este momento. A Conferência Nacional de Educação é uma reivindicação de décadas. Desde os pioneiros dos anos 1930. Na década de 1980, a sociedade civil, através de instituições sindicais, acadêmicas e estudantis promoveu as Conferências Brasileiras (CBEs). Nos anos 1990, os Congressos Nacionais (CONEDs). Os governos de turno as ignoravam. Chegaram a afirmar que eram as "vozes roucas das ruas". Quando vejo, hoje, o balanço da mobilização de mais 3,5 milhões de brasileiros nas diversas etapas preparatórias locais, intermunicipais, estaduais e nacional, alcançando mais de 3,7 mil participantes nestes dias aqui, vibro muito por ser brasileiro, por ser petista, por participar da vida política, por estar em movimento a favor do Brasil. A prática da democracia faz a gente respirar ar renovado, aponta as melhores tarefas capazes de dar sentido a um mandato parlamentar, dá sentido à política. As contribuições desta conferência serão as bases mais limpas para a criação de um sistema nacional de educação, com unidade e diversidade, com vigor, com ampliação dos recursos públicos, com maior responsabilidade social, patrocinador de inclusão e de desenvolvimento das pessoas, com emancipação e avanço democrático. O fervor dos debates afirma que a história não acabou e que não há razão para temer o enfrentamento das contradições de nosso tempo.
A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) publicou um livro intitulado: Educação e Federalismo no Brasil, que contém um capítulo de sua autoria relatando as experiências no Estado de Mato Grosso. Sendo assim, como o senhor se sente participando, decisivamente, das diretrizes e metas do novo Plano Nacional de Educação?
CARLOS ABICALIL: Como um brasileiro inteiro: com emoção, com razão, assumindo riscos, debatendo propostas, cuidando das feridas abertas ao longo dos tempos de abandono e de desprezo das causas populares. O Mato Grosso é o único estado que formulou na sua constituição a proposta de um sistema único de ensino público, regulou em lei complementar o sistema, antecipou o plano de ação articulada entre estado´e municípios na oferta de educação básica pública, cuidando do planejamento comum, do compartilhamento de responsabiliadades, da democratização da gestão e do controle, criando o conselho estadual com representação social e propondo aa composição similar nos municípios aderentes, o forum estadual permanente com representação social plural e as conferências periódicas. Tudo em lei complementar. Um avanço institucional indubitável, razão da indicação da própria UNESCO. Há muito por andar nas práticas insituiconalizadas. No âmbito do planejamento, da formação continuada dos profissionais e no equilíbrio da oferta de educação básica estamos avançando. Mas há muito por fazer na democratização do controle e do acompanhamento, na valorização profissional e no envolvimento da sociedade organizada. O texto que apresentei em parceria com o Prof. Dr. Odorico Ferreira Neto (vereador do PT em Barra do Garças - MT) é uma ferramenta de trabalho e de crítica muito importante para o debate do federalismo e da conformação do novo sistema nacional de educação. Estou feliz em poder contribuir com mais esta referência, agora, com o aval da UNESCO.
A Senhora Ministra da Casa Civil Dilma Rousseff, deixará o Governo do Presidente Lula para iniciar a campanha à sucessão presidencial. Diante do cenário político atual e estabelecendo um comparativo entre Governo Lula e o Governo FHC, o senhor acredita em uma ascensão da Companheira Dilma frente aos demais candidatos à Presidência da República?
CARLOS ABICALIL: Acredito e trabalho com essa confiança. "Garimpo e eleição, só na apuração", sempre repete o nosso compnhairo Ságuas, que voltará para a Assembléia Legislativa de Mato Grosso nos próximos dias. Em qualquer área que queiram comparar, temos o que apresentar com ampla vantagem. Acho que é por sisso que fizeram o ex-presidente FHC enconlher suas aparições pré-elitorais. Sabemos que garnde parte dos meios de comunicação mais abastados já definiu uma linha clara de ataques ao PT, à Dilma, às nossas proposições. Não será uma campanha fácil... Mas, quando foi? Nós não buscamos facilidades. Os desafios nos fazem acelerar o passo, relfetir e argumentar com conteúdo e competência, projetar o novo Brasil para além do que fizemos e dar as razões de fazer muito mais. Estou confiante de que nossa militância sabe o que quer, que o povo brasileiro não quer qualquer passo para trás, que Dilma sabe liderar esta próxima etapa, que temos um partido dirigente e capaz de fazer alianças estratégicas compartilhando o poder, assegurando estabilidade e resgatando as melhores expectativas. A vitória é a nossa convidada mais ilustre e nós nos dedicaremos muito na preparação da festa popular até outubro.
No último dia 05 de março, a Direção Nacional do PT aprovou uma Resolução, na qual orienta a não realização de Prévias por considerá-las inconvenientes e politicamente inoportunas, visto que as mesmas poderão comprometer de alguma forma a eleição de Dilma à Presidência da República. No entanto, o estado de Mato Grosso, já comunicou que promoverá Prévia no dia 18 de abril próximo. Como o senhor avalia essa situação?
CARLOS ABICALIL: Eu defendi a orientação nacional. A Senadora, entretanto, não aceitou que o Encontro de Delegados/as eleitos/as para definir a tática eleitoral pudesse decidir. Reclamado o direito estatutário que prevê a realização da prévia, o Diretório Estadual, na sua primeira reunião depois da posse, definiu todo o calendário do ano, incluindo a realização da prévia no próximo dia 18/04. Se por um lado, o partido consome parte das energias no debate interno, por outro, revigora suas convcções, reflete a melhor opção, mobiliza-se. Por isso mesmo, pauto-me pelo debate interno e evito as armadilhas de parte dos veículos de comunicação, algumas vezes, mais interessados na futrica e no desgaste do que no debate propriamente político. Gostaria que essa fosse a regra da disputa. Mantenho minha disposição, exponho os argumentos com racionalidade, procuro analisar as pesquisas de opinião já publicadas, e tenho em perspectiva a ampliação da participação do PT no governo e nos parlamentos. Tenho procedido sem qualquer ameaça ao PT, à nossa militância, aos partidos da aliança, confiante na trajetória coletiva dos trinta anos que fazemos juntos. Procuro fazer com que a expressão do mandato de que sou portador seja a expressão do PT. Por mais intrigas que alguém queira disseminar, no dia 19 e nos dias seguintes, continuo petista e vamos para a campanha com vontade de vencer e crescer. Há muito já se disseminam em veículos de comunicação ameaças veladas, disseminação de notícias falsas, especulações de toda sorte, buscando a intimidação. De minha parte, sigo sereno, sabendo que a certa parte dos jogadores interessa apenas fragilizar o PT, confundir a opinião pública, disseminar ódio. Lula tem razão quando disse, há poucos dias, que se algum cientista político ou historiador, dentro de alguns anos, pautar sua pesquisa somente em matérias de jornais ou nas manchetes dos principais periódicos, terá uma visão enormemente distorcida da realidade que vivemos e testemunhamos. O que importa é que para além da versão sobre fatos ou fantasias, existem as testemunhas vivas que decidem a história. 2006 foi uma boa prova disso.
Como o senhor avalia a possibilidade real de o estado de Mato Grosso contar com o seu nome para ocupar uma cadeira no Senado Federal, a partir de 02 de fevereiro de 2011?
CARLOS ABICALIL: Creio que será muito importante para o PT ter interlocutores diretos entre o governo federal e o próximo governo do estado. Sem qualquer demérito aos outros parlamentares que vierem a compor nossa base de sustentação no governo Dilma. Ter a intimidade com nosso programa, particpar da sua composição desde a origem facilita muito a conjungação dos esforços e faz pontes de identidade entre as demandas sociais, econômicas e de infra-estrutura reclamadas pelos/as braileiros/as que vivem e trabalham aqui e os grandes programas nacionais. Estamos vivendo um momento de saltos qualitativos importantes: regularização fundiária e ambiental, investimentos em infra-estrutura e logística, crescimento da renda e da participação do estado no PIB, desconcentração do desenvolvimento, inclusão na sociedade do conhecimento e da informação, profusão de organismos populares e de setores organizados. O equilíbrio desses interesses na bancada é essencial para dar conta de avançar na construção do Brasil de todos. É assim que penso que a melhor alternativa numa bancada de apenas onze parlamentares, com a renovação de dez de seus membros, merece que o PT possa preparar-se para manter uma das três cadeiras no senado e busque a sua ampliação na câmara dos deputados e na assembléia legislativa. Temos os invetsimentos do PAC, os investimentos da Copa e as inúmeras demandas acumuladas por um estado que cresce nos mesmos níveis dos chamados tigres asiáticos com um enorme esforço por pertencer ao interior brasileiro. Hoje, Mato Grosso é estratégico para a integração nacional e latino americana, para segurança alimentar nossa e do planeta, para a multiplicação de oportunidades, para a afirmação das diversidades, para os novos horizontes de felicidade e realização humana.
O PT de Mato Grosso decidiu em seu Encontro Estadual de Delegados de Táticas Eleitorais, realizado no último dia 14 de março, não lançar candidatura própria ao governo do estado, nas eleições de 2010 e, por consequência, decidiu apoiar um candidato a governo do estado de outro Partido Político da base comum de apoio ao governo Lula e ao Governo Blairo Maggi. Sendo assim, por que o PT não lançou candidato ao governo?
CARLOS ABICALIL: Nossa tática eleitoral segue a tese que defendemos no processo de eleições diretas com ampla identidade com a orientação nacional. Trabalhamos desde 2008 com esta orientação decisiva, visando pavimentar a aliança para a candidatura Dilma, cativando a confiança dos aliados e preparando nossa base para a intensidade e novidade da campanha que se aproxima. Em 30 anos, a primeira vez sem LULA. O resultado deste intenso debate interno é que levou ao resultado do nosso encontro com apenas 16 votos divergentes entre os 243 delegados/as. Nessa aliança equilibrada, o PT aponta para a governabilidade nacional, prioriza a eleição da sucessora de LULA, oferece estabilidade na campanha e organiza uma coalizão programática. Respeita os acordos originários da coligação que elegeu Blairo Maggi em 2006, quando o PT de Mato Grosso, por decisão da maioria daquela época sustentou candidatura própria, reduzindo nosso campo de aliados e possibilidades de crescimento eleitoral. Criado o clima de confiança recíproco, com o êxito na participação de governo e maior afinidade com os programas nacionais, a posição de acumular forças progressivamente e atender à prioridade nacional nos colocaram nessa perspectiva de crescer e fortalecer nossa base social institucional, constituindo um bloco político capaz de melhorar nossa condição de disputa em 2010, 2012 e 2014.
Nas eleições de 2014, o senhor vislumbra alguma possibilidade de ser o candidato do Partido dos Trabalhadores ao governo do Estado?
CARLOS ABICALIL: Quem não enxergar possibilidades na política não compreenderá que os horizontes são forjados na superação e na construção progressivas de cenários que têm muitos e permanentes jogadores. Não são um cenários lineares ou imóveis. Por isso, essa possibilidade do PT disputar o próximo governo com candidaatura própria capaz de puxar um importante bloco social e institucional faz parte do cenário no qual apostamos. Com o meu nome ou com o nome que estiver melhor colocado para essa tarefa, que, como a de agora, na prévia, não é pessoal, é coletiva. Para tanto é preciso ousar, não servir apenas às cômodas conservações de posições já conquistadas. Fizemos e fazemos muito, mas há muito mais por fazer.
O PT já está com as chapas completas para as candidaturas proporcionais?
CARLOS ABICALIL: Não conheço quem já esteja com chapas completas. Buscamos a melhor racionalidade para promover a projeção de quadros e lideranças locais e regionais capazes de obter resultados crescentes, ampliar nossas perspectivas eleitorais, valorizar iniciativas e disposições de quem vem contribuindo com a construção partidária em 2002, 2004, 2006, 2008 e que representa oportrunidades reais de ampliar nossa legenda e, consequentemente, nossas bancadas estaduais e federal. Por isso mesmo, mexer no quadro dos atuais portadores de mandatos, inclusive o representado por mim é tão importante, na minha opinião. Precisamos estimular candidaturas que nos levem mais longe, que nos projetem para além de 2010, além de serem reconhecidas no esforço qua já realizaram até agora. Estou seguro de que o movimento que faço, rompendo o comodismo da mera reeleição, ajuda a motivar muitos petistas movidos pela paixão partidária e pela expectativa concreta de ver seu esforço coletivo reconhecido. Na semana da prévia, iniciamos as inscrições para pré-candidaturas e, até 23 de maio, teremos o Encontro Estadual para apontar nossos/as candidatos/as para todos os cargos em 2010.
Acesse o site do Dep.Fed. Carlos Abicalil:
http://www.carlosabicalil.com.br
Quais são os avanços conquistados pelo Partido dos Trabalhadores no estado de Mato Grosso durante a sua primeira gestão a frente da presidência do Diretório Estadual?
CARLOS ABICALIL: Nos vinte e quatro meses do primeiro mandato, recuperamos uma intensa vida partidária. Com planejamento estratégico, realizamos 3 rodadas de seminários regionais: preparando a eleição 2008, avaliando o resultado eleitoral e fortalecendo os programas de governo municipais, debatendo os rumos do PT - no PED. A cada ciclo, um grande encontro estadual. Logo depois do PED, mais um encontro programático, atualizando nossas propostas para o desenvolvimento humano e sustentável, base para nosso diálogo na aliança estadual. Seis ministros de Lula participaram dessas atividades. O resultado: o PT saiu de 7 para 18 prefeitos e 19 vice-prefeitos, participa de mais de cem das 141 administrações municipais, tem 110 vereadores/as em 77 municípios, e está com as instâncias de direção regularizadas em quase todo o estado. Ocupamos a secretaria de estado de educação que está entre as mais bem avaliadas. Somos um dos 4 maiores partidos em Mato Grosso e estamos habilitados a disputar com mais vigor as próximas eleições. No primeiro mandato, organizamos os setoriais de mulheres, juventude, educação, formação e meio ambiente. Concluímos com êxito os setoriais agrário e sindical , agora. A força viva dos movimentos sociais permanece dentro do vigor do PT.
Quais são as suas expectativas diante do evento que estará acontecendo em Brasília, no período de 28/03 a 01/04/2010, cuja temática abordada refere-se à Construção de um Sistema Nacional Articulado de Educação, tendo em vista que o senhor é um dos membros da organização da Conferência Nacional de Educação (CONAE), além de representante da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados?
CARLOS ABICALIL: Orgulho-me de viver este momento. A Conferência Nacional de Educação é uma reivindicação de décadas. Desde os pioneiros dos anos 1930. Na década de 1980, a sociedade civil, através de instituições sindicais, acadêmicas e estudantis promoveu as Conferências Brasileiras (CBEs). Nos anos 1990, os Congressos Nacionais (CONEDs). Os governos de turno as ignoravam. Chegaram a afirmar que eram as "vozes roucas das ruas". Quando vejo, hoje, o balanço da mobilização de mais 3,5 milhões de brasileiros nas diversas etapas preparatórias locais, intermunicipais, estaduais e nacional, alcançando mais de 3,7 mil participantes nestes dias aqui, vibro muito por ser brasileiro, por ser petista, por participar da vida política, por estar em movimento a favor do Brasil. A prática da democracia faz a gente respirar ar renovado, aponta as melhores tarefas capazes de dar sentido a um mandato parlamentar, dá sentido à política. As contribuições desta conferência serão as bases mais limpas para a criação de um sistema nacional de educação, com unidade e diversidade, com vigor, com ampliação dos recursos públicos, com maior responsabilidade social, patrocinador de inclusão e de desenvolvimento das pessoas, com emancipação e avanço democrático. O fervor dos debates afirma que a história não acabou e que não há razão para temer o enfrentamento das contradições de nosso tempo.
A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) publicou um livro intitulado: Educação e Federalismo no Brasil, que contém um capítulo de sua autoria relatando as experiências no Estado de Mato Grosso. Sendo assim, como o senhor se sente participando, decisivamente, das diretrizes e metas do novo Plano Nacional de Educação?
CARLOS ABICALIL: Como um brasileiro inteiro: com emoção, com razão, assumindo riscos, debatendo propostas, cuidando das feridas abertas ao longo dos tempos de abandono e de desprezo das causas populares. O Mato Grosso é o único estado que formulou na sua constituição a proposta de um sistema único de ensino público, regulou em lei complementar o sistema, antecipou o plano de ação articulada entre estado´e municípios na oferta de educação básica pública, cuidando do planejamento comum, do compartilhamento de responsabiliadades, da democratização da gestão e do controle, criando o conselho estadual com representação social e propondo aa composição similar nos municípios aderentes, o forum estadual permanente com representação social plural e as conferências periódicas. Tudo em lei complementar. Um avanço institucional indubitável, razão da indicação da própria UNESCO. Há muito por andar nas práticas insituiconalizadas. No âmbito do planejamento, da formação continuada dos profissionais e no equilíbrio da oferta de educação básica estamos avançando. Mas há muito por fazer na democratização do controle e do acompanhamento, na valorização profissional e no envolvimento da sociedade organizada. O texto que apresentei em parceria com o Prof. Dr. Odorico Ferreira Neto (vereador do PT em Barra do Garças - MT) é uma ferramenta de trabalho e de crítica muito importante para o debate do federalismo e da conformação do novo sistema nacional de educação. Estou feliz em poder contribuir com mais esta referência, agora, com o aval da UNESCO.
A Senhora Ministra da Casa Civil Dilma Rousseff, deixará o Governo do Presidente Lula para iniciar a campanha à sucessão presidencial. Diante do cenário político atual e estabelecendo um comparativo entre Governo Lula e o Governo FHC, o senhor acredita em uma ascensão da Companheira Dilma frente aos demais candidatos à Presidência da República?
CARLOS ABICALIL: Acredito e trabalho com essa confiança. "Garimpo e eleição, só na apuração", sempre repete o nosso compnhairo Ságuas, que voltará para a Assembléia Legislativa de Mato Grosso nos próximos dias. Em qualquer área que queiram comparar, temos o que apresentar com ampla vantagem. Acho que é por sisso que fizeram o ex-presidente FHC enconlher suas aparições pré-elitorais. Sabemos que garnde parte dos meios de comunicação mais abastados já definiu uma linha clara de ataques ao PT, à Dilma, às nossas proposições. Não será uma campanha fácil... Mas, quando foi? Nós não buscamos facilidades. Os desafios nos fazem acelerar o passo, relfetir e argumentar com conteúdo e competência, projetar o novo Brasil para além do que fizemos e dar as razões de fazer muito mais. Estou confiante de que nossa militância sabe o que quer, que o povo brasileiro não quer qualquer passo para trás, que Dilma sabe liderar esta próxima etapa, que temos um partido dirigente e capaz de fazer alianças estratégicas compartilhando o poder, assegurando estabilidade e resgatando as melhores expectativas. A vitória é a nossa convidada mais ilustre e nós nos dedicaremos muito na preparação da festa popular até outubro.
No último dia 05 de março, a Direção Nacional do PT aprovou uma Resolução, na qual orienta a não realização de Prévias por considerá-las inconvenientes e politicamente inoportunas, visto que as mesmas poderão comprometer de alguma forma a eleição de Dilma à Presidência da República. No entanto, o estado de Mato Grosso, já comunicou que promoverá Prévia no dia 18 de abril próximo. Como o senhor avalia essa situação?
CARLOS ABICALIL: Eu defendi a orientação nacional. A Senadora, entretanto, não aceitou que o Encontro de Delegados/as eleitos/as para definir a tática eleitoral pudesse decidir. Reclamado o direito estatutário que prevê a realização da prévia, o Diretório Estadual, na sua primeira reunião depois da posse, definiu todo o calendário do ano, incluindo a realização da prévia no próximo dia 18/04. Se por um lado, o partido consome parte das energias no debate interno, por outro, revigora suas convcções, reflete a melhor opção, mobiliza-se. Por isso mesmo, pauto-me pelo debate interno e evito as armadilhas de parte dos veículos de comunicação, algumas vezes, mais interessados na futrica e no desgaste do que no debate propriamente político. Gostaria que essa fosse a regra da disputa. Mantenho minha disposição, exponho os argumentos com racionalidade, procuro analisar as pesquisas de opinião já publicadas, e tenho em perspectiva a ampliação da participação do PT no governo e nos parlamentos. Tenho procedido sem qualquer ameaça ao PT, à nossa militância, aos partidos da aliança, confiante na trajetória coletiva dos trinta anos que fazemos juntos. Procuro fazer com que a expressão do mandato de que sou portador seja a expressão do PT. Por mais intrigas que alguém queira disseminar, no dia 19 e nos dias seguintes, continuo petista e vamos para a campanha com vontade de vencer e crescer. Há muito já se disseminam em veículos de comunicação ameaças veladas, disseminação de notícias falsas, especulações de toda sorte, buscando a intimidação. De minha parte, sigo sereno, sabendo que a certa parte dos jogadores interessa apenas fragilizar o PT, confundir a opinião pública, disseminar ódio. Lula tem razão quando disse, há poucos dias, que se algum cientista político ou historiador, dentro de alguns anos, pautar sua pesquisa somente em matérias de jornais ou nas manchetes dos principais periódicos, terá uma visão enormemente distorcida da realidade que vivemos e testemunhamos. O que importa é que para além da versão sobre fatos ou fantasias, existem as testemunhas vivas que decidem a história. 2006 foi uma boa prova disso.
Como o senhor avalia a possibilidade real de o estado de Mato Grosso contar com o seu nome para ocupar uma cadeira no Senado Federal, a partir de 02 de fevereiro de 2011?
CARLOS ABICALIL: Creio que será muito importante para o PT ter interlocutores diretos entre o governo federal e o próximo governo do estado. Sem qualquer demérito aos outros parlamentares que vierem a compor nossa base de sustentação no governo Dilma. Ter a intimidade com nosso programa, particpar da sua composição desde a origem facilita muito a conjungação dos esforços e faz pontes de identidade entre as demandas sociais, econômicas e de infra-estrutura reclamadas pelos/as braileiros/as que vivem e trabalham aqui e os grandes programas nacionais. Estamos vivendo um momento de saltos qualitativos importantes: regularização fundiária e ambiental, investimentos em infra-estrutura e logística, crescimento da renda e da participação do estado no PIB, desconcentração do desenvolvimento, inclusão na sociedade do conhecimento e da informação, profusão de organismos populares e de setores organizados. O equilíbrio desses interesses na bancada é essencial para dar conta de avançar na construção do Brasil de todos. É assim que penso que a melhor alternativa numa bancada de apenas onze parlamentares, com a renovação de dez de seus membros, merece que o PT possa preparar-se para manter uma das três cadeiras no senado e busque a sua ampliação na câmara dos deputados e na assembléia legislativa. Temos os invetsimentos do PAC, os investimentos da Copa e as inúmeras demandas acumuladas por um estado que cresce nos mesmos níveis dos chamados tigres asiáticos com um enorme esforço por pertencer ao interior brasileiro. Hoje, Mato Grosso é estratégico para a integração nacional e latino americana, para segurança alimentar nossa e do planeta, para a multiplicação de oportunidades, para a afirmação das diversidades, para os novos horizontes de felicidade e realização humana.
O PT de Mato Grosso decidiu em seu Encontro Estadual de Delegados de Táticas Eleitorais, realizado no último dia 14 de março, não lançar candidatura própria ao governo do estado, nas eleições de 2010 e, por consequência, decidiu apoiar um candidato a governo do estado de outro Partido Político da base comum de apoio ao governo Lula e ao Governo Blairo Maggi. Sendo assim, por que o PT não lançou candidato ao governo?
CARLOS ABICALIL: Nossa tática eleitoral segue a tese que defendemos no processo de eleições diretas com ampla identidade com a orientação nacional. Trabalhamos desde 2008 com esta orientação decisiva, visando pavimentar a aliança para a candidatura Dilma, cativando a confiança dos aliados e preparando nossa base para a intensidade e novidade da campanha que se aproxima. Em 30 anos, a primeira vez sem LULA. O resultado deste intenso debate interno é que levou ao resultado do nosso encontro com apenas 16 votos divergentes entre os 243 delegados/as. Nessa aliança equilibrada, o PT aponta para a governabilidade nacional, prioriza a eleição da sucessora de LULA, oferece estabilidade na campanha e organiza uma coalizão programática. Respeita os acordos originários da coligação que elegeu Blairo Maggi em 2006, quando o PT de Mato Grosso, por decisão da maioria daquela época sustentou candidatura própria, reduzindo nosso campo de aliados e possibilidades de crescimento eleitoral. Criado o clima de confiança recíproco, com o êxito na participação de governo e maior afinidade com os programas nacionais, a posição de acumular forças progressivamente e atender à prioridade nacional nos colocaram nessa perspectiva de crescer e fortalecer nossa base social institucional, constituindo um bloco político capaz de melhorar nossa condição de disputa em 2010, 2012 e 2014.
Nas eleições de 2014, o senhor vislumbra alguma possibilidade de ser o candidato do Partido dos Trabalhadores ao governo do Estado?
CARLOS ABICALIL: Quem não enxergar possibilidades na política não compreenderá que os horizontes são forjados na superação e na construção progressivas de cenários que têm muitos e permanentes jogadores. Não são um cenários lineares ou imóveis. Por isso, essa possibilidade do PT disputar o próximo governo com candidaatura própria capaz de puxar um importante bloco social e institucional faz parte do cenário no qual apostamos. Com o meu nome ou com o nome que estiver melhor colocado para essa tarefa, que, como a de agora, na prévia, não é pessoal, é coletiva. Para tanto é preciso ousar, não servir apenas às cômodas conservações de posições já conquistadas. Fizemos e fazemos muito, mas há muito mais por fazer.
O PT já está com as chapas completas para as candidaturas proporcionais?
CARLOS ABICALIL: Não conheço quem já esteja com chapas completas. Buscamos a melhor racionalidade para promover a projeção de quadros e lideranças locais e regionais capazes de obter resultados crescentes, ampliar nossas perspectivas eleitorais, valorizar iniciativas e disposições de quem vem contribuindo com a construção partidária em 2002, 2004, 2006, 2008 e que representa oportrunidades reais de ampliar nossa legenda e, consequentemente, nossas bancadas estaduais e federal. Por isso mesmo, mexer no quadro dos atuais portadores de mandatos, inclusive o representado por mim é tão importante, na minha opinião. Precisamos estimular candidaturas que nos levem mais longe, que nos projetem para além de 2010, além de serem reconhecidas no esforço qua já realizaram até agora. Estou seguro de que o movimento que faço, rompendo o comodismo da mera reeleição, ajuda a motivar muitos petistas movidos pela paixão partidária e pela expectativa concreta de ver seu esforço coletivo reconhecido. Na semana da prévia, iniciamos as inscrições para pré-candidaturas e, até 23 de maio, teremos o Encontro Estadual para apontar nossos/as candidatos/as para todos os cargos em 2010.
Acesse o site do Dep.Fed. Carlos Abicalil:
http://www.carlosabicalil.com.br
Matéria publicada por Leda Ribeiro (Colaboradora do Blog)
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