domingo, 27 de maio de 2012

Cachoeira grampeou o Supremo?

À medida em que as peças do quebra-cabeça Cachoeira vão se juntando, vislumbra-se um quadro inédito na história do país. Tão inédito que ainda não caiu a ficha de parte relevante da opinião pública e, especialmente, do Judiciário. O desenho que se monta é uma conspiração contra o Estado brasileiro (não contra o governo Lula, especificamente), através de três vértices principais.
Havia o chefe de quadrilha Carlinhos Cachoeira. Sua principal arma era a capacidade de plantar matérias e escândalos, falsos ou verdadeiros, na revista Veja – o outro elo da corrente.
Durante algum tempo, graças ao Ministro Gilmar Mendes, seu principal operador – o araponga Jairo Martins – monitorou o sistema de telefonia do Supremo. E Cachoeira dispunha da revista Veja para escandalizar qualquer conversa, fuzilar qualquer reputação.
Essa é a conclusão objetiva dos fatos revelados até agora.
O que não se sabe é a extensão das gravações. Veja demonstrou em várias matérias – especialmente no caso Opportunity – seu poder de atacar magistrados que votavam contra as causas bancadas pela revista.
A falta de discernimento das denúncias, o fato da revista escandalizar qualquer conversa, a perspectiva de virar capa em uma nova denúncia da revista, seria capaz de intimidar o magistrado mais sólido.
A dúvida que fica: qual a extensão das conversas do STF monitoradas e gravadas por Jairo? Que Ministros podem ter sido submetidos a ameaças de denúncia e/ou constrangimento?
Gilmar colocou a mais alta Corte do país ao alcance de um bicheiro.
 
Luis Nassif
No Advivo

Um comentário:

Anônimo disse...

Definitivamente acho que todos os podres que vieram à tona servirão para depurar tanto a política brasileira quanto a midia. Todo dia temos um escândalo novo que infelizmente não permite que o país siga um rumo de progresso, é preciso mudar muita coisa, foro privilegiado é uma delas, crime não deveria ser pretexto para CPI, crime deveria seguir o processo normal do judiciário. E, também é urgente que se faça uma Lei que regule os meios de comunicação, não censura, mas que esses meios respondam efetivamente pelos seus atos e que não fiquem com uma imagem difusa, que fica o dito pelo não dito.