O
Brasil “não apenas deve ter um assento permanente no Conselho de
Segurança das Nações Unidas, como também é a melhor razão para uma
reforma do órgão e para uma tentativa de tornar o sistema internacional
mais representativo”. É o que diz um elogioso editorial publicado nesta
segunda-feira (11/06), no qual o jornal britânico The Guardian sugere
uma maior valorização da diplomacia de Brasília e destaca a ascensão
econômica vivenciada pelo país ao longo dos últimos anos.
De acordo com a publicação, “já é
tempo de o Ocidente incorporar o crescimento do Brasil de forma mais
ativa e iniciar um comprometimento mais profundo” com o país. Isso
porque, “embora seja líder da desigualdade social no mundo”, ele “também
lidera a resolução desse problema” por meio de “famosos programas
sociais que auxiliaram 20 milhões a deixar a pobreza e criar um novo
mercado interno”.
Traçando uma linha cronológica
para o processo de estabilização da economia brasileira, o artigo parte
do governo de Fernando Henrique Cardoso e se estende até a atual gestão
de Dilma Rousseff, que é classificada como uma “reformista pragmática”.
De acordo com o The Guardian, em meio a esse fenômeno de aquecimento do
mercado doméstico e elevação da renda per capita, houve ainda a
importância do ex-presidente Lula, “a melhor reencarnação já vista de
Franklin Roosevelt”, o líder norte-americano que superou o crash de 1929
graças à elevação de investimentos públicos e consequente fomento à
atividade econômica.
Em meio aos preparativos para
eventos de relevância global como a Copa do Mundo de 2014 e as
Olimpíadas de 2016, ainda restaria para a presidente Dilma Rousseff “a
transferência de sua popularidade e competência administrativa para o
congresso”, de tal forma que o legislativo acompanhe o andar de seu
governo. O principal desafio da atual presidente, segundo o The
Guardian, ainda é “destravar a produtividade e estabelecer uma economia
mais avançada”.
No campo das relações
internacionais, “Brasília não apenas dobrou o número de seus diplomatas
na última década como também redobrou sua ênfase na diplomacia como a
única forma de "multipolaridade benigna”. Fenômeno esse que reflete “o
luxo de uma região pacífica” e uma “longa tradição e experiência sobre
as naturezas da soberania e da democratização”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário